Auditor da Tüv Süd fica calado em CPI do Senado que apura Brumadinho
Presidindo a sessão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou que a comissão quer “separar os lambaris dos tubarões”
atualizado
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O engenheiro Arsênio Negro Júnior, auditor da empresa alemã Tüv Süd, ficou calado durante audiência no Senado Federal, na tarde desta terça-feira (23/04/2019). Negro Júnior foi convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as causas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da empresa de mineração Vale, a CPI de Brumadinho, mas apresentou um habeas corpus para permanecer em silêncio.
Segundo o relator da CPI, senador Carlos Viana (PSD-MG), a intenção era que o engenheiro esclarecesse se a empresa foi pressionada a assinar os laudos de estabilidade das barragens da Vale.
No entanto, Negro Júnior disse apenas que já prestou “oitivas longas e complexas” à polícia e ao Ministério Público e foi aconselhado a permanecer em silêncio.
Presidindo a sessão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou que a CPI quer “separar os lambaris dos tubarões”. Mas que todos os convocados estão protegendo a Vale e seus colegas. “Está claro que a Vale está pagando advogados e conquistando habeas corpus”, completou o parlamentar.
Já a senadora Juíza Selma (PSL-MT), disse que ao optar pelo silêncio, o engenheiro apenas “angariou a antipatia de todas as pessoas”.
Além de Negro Júnior, o geólogo César Augusto Paulino Grandchamp e o engenheiro Felipe Figueiredo Rocha, executivo da área de Recursos Hídricos, compareceram à audiência realizada pela CPI.
Grandchamp negou que soubesse do risco de rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Enquanto isso, Felipe Rocha confirmou que foi feita uma apresentação para a Vale sobre os riscos das barragens da empresa que citava a de Brumadinho.