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Ângelo Goulart diz à CPMI da JBS que Janot “falseou a verdade”

Acusado de repassar informações da operação para os irmãos Batista, procurador afastado depõe nesta terça-feira

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Procurador Angelo Goulart
1 de 1 Procurador Angelo Goulart - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS e da J&F ouviu, nesta terça-feira (17/10), o procurador da República afastado Ângelo Goulart Villela. Ele é acusado de ter sido infiltrado pelos irmãos Batista na Operação Greenfield – que investiga a Eldorado Brasil, produtora de celulose de eucalipto controlada pela holding J&F. O depoimento do procurador começou por volta das 10h e foi concluído aproximadamente 17h, com o início dos trabalhos no plenário do Senado.

Preso em 18 de maio, após a delação do empresário Joesley Batista, mas liberado em 1º de agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Villela afirmou que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot “falseou a verdade” ao incluí-lo no que chamou de “trama” da delação premiada da empresa.

“Desde o início, eu tinha atribuição para atuar no caso Eldorado, tinha autonomia. O fato de ter que conversar com o coordenador da força tarefa (procurador Anselmo Lopes) não exime a minha atribuição para atuar”, disse Villela, que citou declarações de Janot de que ele teria atuado por conta própria. “Houve por parte do ex-procurador-geral (Rodrigo Janot) uma tentativa de falsear a verdade”.

Acusado de ter recebido R$ 50 mil mensais de Joesley e Wesley Batista para repassar informações privilegiadas da Operação Greenfield, ele negou ter sido colocado na Greenfield a mando dos empresários. Disse ainda que era muito amigo do procurador Anselmo Lopes e que teria sido procurado por ele para fazer parte da força-tarefa. “Ele frequentava minha casa”.

Villela ainda acusou o ex-procurador-geral da República de atuar politicamente ao assinar o acordo de delação com executivos da J&F. Segundo ele, o objetivo de Janot era que a delação provocasse a queda do presidente Michel Temer, evitando que ele nomeasse Raquel Dodge como procuradora-geral da República.

“Não há a menor chance de o Rodrigo Janot não ter autuado de forma política — sem entrar no mérito da procedência da denúncia — para impedir que o presidente da República deixasse de indicar a dra. Raquel Dodge. E para isso ele precisava derrubar o presidente”, disse Villela.

“Não tenho dúvida de que o calvário a que fui submetido tenha a ver com uma suposta relação de proximidade que me foi imputada em relação a ela (Raquel Dodge)”, continuou. Villela afirmou que Janot “falseou a verdade” ao incluí-lo no que chamou de “trama” da delação premiada da empresa.

O depoimento segue, mas há a possibilidade de passar a ser realizado de portas fechadas a qualquer momento. Isso porque Ângelo Goulart Vilella afirma que o processo corre em segredo de Justiça e não poderia falar abertamente sobre “certos detalhes”. Alguns deputados sugeriram a sessão secreta, entre eles, Izalci Lucas (PSDB/DF). (Com informações da Agência Estado)

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