Os três filhos mais velhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegam ao final do primeiro ano de governo em franca decadência política. Quem esperava vê-los influentes e respeitados em Brasília perdeu a aposta. Revelaram-se, apenas, deslumbrados.
Depois de fracassar na tentativa de se tornar embaixador nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tomou a liderança do partido, mas foi destituído pela bancada no meio de uma crise. Segura-se no posto, precariamente, por força de uma manobra do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-SP).
Eduardo terminou a semana em Israel. Sem nada mais relevante para fazer, voltou a defender a transferência da Embaixada do Brasil em Tel Aviv para Jerusalém. No fim do ano, o “Zero 3” perderá a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) enfrenta a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro por suspeita de lavagem de dinheiro e peculato no tempo em que era deputado estadual. O “Zero 1” enrolou-se nesse caso com o famoso – porém desaparecido – ex-assessor Fabrício Queiroz.
Quem também sumiu foi o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Chamado de “Pit-bull” pelo pai, iniciou o governo dentro do Rolls Royce no dia da posse. Parecia poderoso.
Nos primeiros meses, de fato, o “Zero 2” demonstrou influência no governo, principalmente pelo uso compulsivo das redes sociais. Em brigas pelo Twitter, derrubou os ministros Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).
Citado nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSol), Carlos abandonou as redes sociais e raramente dá as caras em público. Forçado pelos fatos, recolhe-se ao seu tamanho real.
Onze meses depois de chegar ao poder, os filhos do presidente têm menos chances para exercitar o deslumbramento. Melhor para o governo, melhor para o Brasil.