metropoles.com

Alckmin sai para concorrer à Presidência com promessas em atraso

Os cronogramas anunciados de obras revelam atrasos mesmo nos projetos como “bandeira eleitoral” do tucano

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Teixeira/agência estado
DNT 27-11-2017 SAO PAULO - SP / POLITICA OE / GERALDO ALCKMIN PRESIDENCIA PSDB - Governador de Sao Paulo Geraldo Alckmin no Palacio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Senador Tasso Jereissati (CE) e governador de Goias Marconi Perillo desistiram de concorrer a presidencia nacional do PSDB o nome de Alckmin se torna consenso no partido para assumir a legenda - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
1 de 1 DNT 27-11-2017 SAO PAULO - SP / POLITICA OE / GERALDO ALCKMIN PRESIDENCIA PSDB - Governador de Sao Paulo Geraldo Alckmin no Palacio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Senador Tasso Jereissati (CE) e governador de Goias Marconi Perillo desistiram de concorrer a presidencia nacional do PSDB o nome de Alckmin se torna consenso no partido para assumir a legenda - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO - Foto: Daniel Teixeira/agência estado

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin renunciou ao governo de São Paulo após sete anos e três meses consecutivos no cargo – no total foram mais de 13 -, sem cumprir promessas feitas ainda na campanha de 2010. Os cronogramas anunciados de obras revelam atrasos mesmo nos projetos considerados vitrines e que a partir de agora vão virar bandeira eleitoral, como a expansão do metrô na capital, a produção de vacinas para combater a dengue em todo o Brasil e a conclusão do Rodoanel.

Nos últimas semanas, o governo Alckmin passou a veicular anúncios publicitários que sinalizam a estratégia de usar programas desenvolvidos em São Paulo como soluções para demais estados brasileiros, especialmente nas áreas de mobilidade, segurança pública, educação, saúde e geração de empregos a partir de projetos com a iniciativa privada.

Porém, a demora na conclusão de linhas de metrô e do Rodoanel, por exemplo, deixou as obras mais caras e postergou o acesso da população a serviços que já deveriam estar sendo prestados. Prometido ainda pelo ex-governador Mário Covas, o Rodoanel é o projeto mais antigo do PSDB em São Paulo. No comando do estado há quase 24 anos (com só uma interrupção de nove meses em 2006), o partido sai do Palácio dos Bandeirantes sem concluir a obra, que ao longo dos anos ficou 168% mais cara.

Os números do metrô também crescem a passos lentos. Na campanha de 2010, Alckmin havia prometido construir 30 km em 4 anos, extensão que ele não vai conseguir entregar em quase dois mandatos inteiros. Quando assumiu em 2011, a rede tinha 68,3 km e agora, cerca de 89,8 km. A previsão é que ao final de 2018, chegue a 102,4 km, ou seja, uma ampliação de 34,1 km, mas em oito anos.

Segurança hídrica
Na área de saneamento, o tucano foi mais bem sucedido no que diz respeito ao abastecimento de água. Após ter enfrentado uma grave crise de abastecimento na Grande São Paulo entre 2014 e 2015, com racionamento velado, Alckmin entregou, mesmo com atraso, duas grandes obras que aumentam a segurança hídrica na Região Metropolitana: o Sistema São Lourenço e a transposição de água do Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira

O tema “água” é prioritário para o tucano no Nordeste, que historicamente enfrenta seca e racionamento. Para atrair voto na região, Alckmin já se declarou favorável à realização, pelo governo federal, de outra transposição, a do Rio Tocantins. E, com o intuito de se projetar para fora dos limites paulistas, emprestou, via Sabesp, bombas para captar água em reservatórios com nível baixo, o chamado volume morto. A ação contemplou Paraíba, Pernambuco, Ceará e Distrito Federal.

Mas quando o balanço é sobre coleta e tratamento de esgoto, os dados não revelam significativa evolução. Em 2011, o índice de coleta de esgoto da Sabesp era de 81% e o tratamento de 75%. Após oito anos, a coleta subiu ligeiramente para 83% e o tratamento ficou estagnado.

Educação e saúde
Após 13 anos não consecutivos no comando do estado, dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) apontam que, embora a rede tenha avançado nos anos iniciais do ensino fundamental, há uma estagnação no ensino médio registrada na gestão Alckmin, além de dificuldades orçamentárias para custear as universidades públicas paulistas, como a USP.

Na saúde, a gestão Alckmin conseguiu aumentar o acesso à assistência por meio da entrega de 48 novos serviços nos últimos sete anos e da criação de programas como o Mulheres de Peito, que oferece mamografias sem a necessidade de encaminhamento médico.

A promessa na área que mais interessava a Alckmin para usar como bandeira, porém, a produção de uma vacina contra a dengue, está atrasada. Todo o processo deveria ficar pronto neste ano, mas os estudos do Instituto Butantã ainda não foram finalizados.

De acordo com o secretário da Saúde de Alckmin, David Uip, as pesquisas prosseguem, mas atrasaram porque, nos últimos anos, o número de casos da doença caiu drasticamente. Sem a circulação maciça do vírus, fica mais difícil testar a imunidade dos participantes da pesquisa, observou Uip.

Crise econômica
Alckmin ressaltou nos últimos dias de seu governo que os atrasos citados na conclusão de obras se devem à crise econômica enfrentada no Brasil desde 2014. Segundo o governador, apesar da queda registrada na receita – mais de R$ 30 bilhões de lá pra cá -, São Paulo foi um dos poucos estados a manter investimentos e alcançar superávit primário anual.

Na comparação com o restante do país, o tucano costuma dizer que os resultados de São Paulo indicam que seu governo tem o que mostrar e como resolver boa parte das demandas nacionais.

Em seu discurso de despedida, na sexta-feira, Alckmin afirmou ter a convicção de ter realizado muito mais do que prometeu. “Ainda mais porque atravessamos a maior crise que o Brasil enfrentou nas últimas décadas. Governamos com realismo, serenidade e de maneira austera, o que é motivo de orgulho.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?