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Aécio Neves: “Não temos que deitar no divã para defender Previdência”

Tucanos querem a relatoria na comissão especial que vai analisar o mérito da reforma, mas cobram compromisso do governo com a matéria

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Os tucanos querem a relatoria da reforma da Previdência na comissão especial e cobram do governo um compromisso mais forte com a proposta, cuja admissibilidade constitucional foi aprovada nessa terça-feira (24/04/19) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Para o deputado Aécio Neves (MG), a matéria apresentada pelo governo já era algo apoiado pelo PSDB há muitos anos e não há resistências em continuar a defendê-las.

Apesar de reivindicar a relatoria, o partido avalia que não poderá amargar o desgaste de relatar uma proposta considerada impopular, caso o próprio governo não assuma a defesa do projeto de forma mais aguerrida.

“Não teremos que deitar no divã para defender a reforma da Previdência”, disse o deputado. “Será que o PSDB vai ser mais realista que o rei mais adiante?”, questionou.

“Esta é uma questão que tem que ser colocada e conversada com o próprio Rogério Marinho (secretário especial da Previdência, filiado ao PSDB) e com o ministro Paulo Guedes (Economia) para saber qual a firmeza que o governo vai ter até o final. Até agora, o governo, a cada pressão, recuava. Amanhã poderá estar o PSDB com uma proposta sem apoio do próprio governo para aprová-la”, observou.

“O PSDB tentou essa reforma lá trás. Eu era presente da Câmara ainda, na época do Fernando Henrique. Perdemos por um voto. Está no nosso DNA”, disse o deputado. “O que temos que saber é se vale a pena o PSDB se expor nisso enquanto o governo não banca. Essa que é a dúvida nossa”, observou.

A definição dos membros que vão compor a comissão especial, a relatoria e a presidência do colegiado, que vai analisar o mérito da proposta da reforma, deverá ser definida até esta quinta-feira (25/04/19).

Feriado
A pressa para a instalação da comissão é para que na próxima semana os deputados não precisem retornar das bases para Brasília, devido ao feriado do Dia do Trabalho, a ser comemorado na próxima quarta-feira (1º de Maio). A comissão deverá começar os trabalhos somente no dia 7 de maio.

O nome do PSDB para relatar a proposta é o do deputado Eduardo Cury (SP), defendido pelo secretário especial da Previdência, Rogério Marinho. Também concorre ao cargo o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), mais próximo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O PR é o partido mais cotado para a presidência do colegiado e apresenta o nome de seu vice-líder, Marcelo Ramos (AM).

Os tucanos devem também indicar o deputado Samuel Moreira (MG) para outra vaga do partido na comissão.

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