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A pedido de Temer, Marun desiste de pedir impeachment de Barroso

Segundo o articulador do Planalto, o presidente afirmou não querer ver situação transformada em ação de governo

atualizado

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1 de 1 CPI-JBS-Carlos-Marun-840×560 (1) - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta quinta-feira (12/4) ter desistido da ideia de apresentar pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. O presidente Michel Temer teria interferido, pedindo ao articulador do Planalto para não representar contra o togado.

“O presidente entende que não há como. O fato de eu me licenciar e apresentar esse pedido de impeachment na condição de parlamentar não afastaria a impressão de que isso seria uma ação de governo”, destacou.

Segundo Marun, ao explicitar preocupação de que o ato do ministro fosse entendido como ação governamental, Temer destacou: o pensamento do governo, neste momento, é de “pacificação”. Embora garantindo não levar a denúncia a cabo enquanto enquanto titular da pasta, Marun repetiu as críticas feitas anteriormente a Barroso.

Ele se disse convicto de que o ministro do STF “tem desrespeitado a Constituição nas suas decisões” e tem deixado suas preferências político-partidárias se revelarem em seus despachos. De acordo com o ministro da Secretaria de Governo, o cumprimento da Carta Magna é o único caminho para o Brasil continuar avançando. “A perseguição é real. A conspiração contra Temer aconteceu, continua e se agudiza”, afirmou.

Amigo de Temer
O ministro tentou se esquivar de comentar a informação, revelada nesta quinta pela Folha de S.Paulo, de que a esposa do coronel João Batista Lima Filho, amigo do presidente Temer, pagou em dinheiro vivo uma reforma no apartamento de uma das filhas do presidente. A PF investiga se a obra foi bancada com dinheiro de propina da JBS.

Lima foi preso por três dias no final de março, alvo da operação Skala. Sua esposa foi intimada a depor. “Não sei se o fornecedor de serviço está dizendo a verdade; não tenho como afirmar que isso é verdade”, disse Marun.

“Vejo como mais um capítulo da perseguição contra o presidente”, completou. Marun afirmou ainda ser preciso parar de considerar verdade tudo o que os delatores falam. “Já aprendemos a navegar na tempestade”, encerrou.

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