Câmara aprova urgência para PL que eleva capital estrangeiro em aéreas
Substitutivo aprovado permite abertura de até 100% para empresas do exterior com representação jurídica no Brasil. Mérito ainda será votado
atualizado
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Apesar da obstrução dos partidos de oposição, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (20/3) requerimento de urgência para apreciação do projeto que eleva a participação do capital estrangeiro com direito a voto nas empresas de transporte aéreo. A tramitação em urgência foi aprovada por 290 votos favoráveis a 57 contrários.
O texto original da Câmara previa a elevação de 20% para 49% o capital estrangeiro. No substitutivo, o relator Paulo Azi (DEM-BA) permite que empresas estrangeiras com representação jurídica no Brasil tenham 100% do capital, como queria o governo. O relator também estabelece no texto que as empresas terão de operar voos internacionais com tripulação brasileira, com no máximo um terço de tripulantes estrangeiros.A base do governo levou quase duas horas para conseguir elevar o quórum da sessão e, assim, aprovar o requerimento. Os líderes governistas trabalharam para que a votação nominal não fosse encerrada enquanto não houvesse deputados suficientes no plenário que garantissem os 257 votos necessários para a aprovação do pedido de urgência.
Cassino vira “jabuti”
O início da votação foi marcado pela resistência dos partidos, incluindo o PSDB, em votar a urgência, porque se discutia a inclusão de um “jabuti” no texto: a regulamentação de cassinos em resorts no país. O relator recuou no plenário e disse que o tema não seria incorporado na redação final. “Nos comprometemos em retirar do texto”, anunciou. A versão prévia que circulou no plenário nesta noite, no entanto, ainda abordava a permissão para cassinos.
Ainda não há previsão de quando o mérito da proposta será votado. O relator disse que está aberto para incorporar sugestões ao projeto.
Além de aumentar o capital estrangeiro em empresas aéreas, o substitutivo propõe transformar a Embratur em agência com maior autonomia (que passaria a receber 1,7% dos recursos arrecadados das loterias federais) e trata do Política Nacional de Turismo.