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PF prende Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Temer

Prisão é decorrência das delações de ex-executivos de empreiteiras sobre irregularidades na construção da Arena das Dunas, estádio da Copa

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PF prende Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Temer
1 de 1 PF prende Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Temer - Foto: MAGNUS NASCIMENTO/TRIBUNA DO NORTE/ESTADÃO CONTEÚDO

Em mais um desdobramento da Lava Jato, a Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (6/6) o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Na ação conjunta, das operações Sepsis e Cui Bono, há também mandado de prisão contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já cumpre pena em penitenciária no Paraná. Alves foi levado para a superintendência da PF sob gritos de “ladrão” e “safado”.

O mandado de prisão foi expedido pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte e decorre de delações de ex-executivos de empreiteiras. Batizada de Manus, a operação investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal (RN), um dos estádios da Copa de 2014. O sobrepreço identificado chega a R$ 77 milhões.

O secretário de Obras Públicas de Natal, Fred Queiroz, também foi preso. Em Mossoró, o publicitário Arturo Arruda, um dos sócios da agência Art&C, foi alvo de mandado de condução coercitiva.

Cerca de 80 policiais federais cumprem 33 mandados judiciais. Há cinco mandados de prisão preventiva, seis de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Norte e Paraná. Em coletiva de imprensa nesta manhã, a PF informou que todos os presos já se encontram na superintendência da corporação. O delegado Santiago Hounii afirmou que Alves e Cunha, deputados à época, trocaram vantagens indevidas.

Já o procurador da República Rodrigo Teles disse que o dinheiro foi direcionado para a campanha de Alves para o governo potiguar em 2014. Ele acrescentou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda indicou operações suspeitas de lavagem de dinheiro. Principalmente, a saques de valores em espécie por parte dessas empresas supostamente prestadoras de serviço de campanha.

Teles detalhou que a troca de vantagens ocorreu em relação à construtora OAS em três situações, em 2013: privatização de aeroportos, rolagem da dívida da cidade de São Paulo e a obra da Arena das Dunas.

A investigação realizada se iniciou após a análise das provas coletadas em várias etapas da Operação Lava Jato que apontavam a solicitação e o efetivo recebimento de vantagens indevidas por dois ex-parlamentares cujas atuações políticas favoreceriam duas grandes construtoras envolvidas na construção do estádio.

A partir das delações premiadas em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), e por meio de afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos, foram identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que na verdade consistiram em pagamento de propina. Identificou-se também que os valores supostamente doados para a campanha eleitoral em 2014 de um dos investigados foram desviados em benefício pessoal.

A operação ocorre 15 dias depois da prisão dos ex-governadores José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT), do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) e mais sete pessoas, entre elas o dono da construtora Via Engenharia, Fernando Queiroz, após denúncias de superfaturamento e pagamento de propina nas obras de reforma do estádio Mané Garrincha, em Brasília. Segundo delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, houve pagamento de pelo menos R$ 15 milhões em propina. A obra, inicialmente orçada em R$ 600 milhões, acabou consumindo R$ 1,5 bilhão.

Lobby
Alves entrou na mira da força-tarefa da Lava Jato em janeiro do ano passado. Segundo os procuradores, ele fez lobby para a construtora OAS em dois tribunais de Contas para evitar o bloqueio de recursos para as obras da empreiteira na Arena das Dunas. A ação foi comprovada por mensagens trocadas entre Alves e o empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora, já condenado a 16 anos de reclusão por crimes cometidos no escândalo de corrupção da Petrobras.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro. Sobre o nome da operação, é referência ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, cujo significado é: uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra.

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