PCGO indicia 195 por uso de documento falso na vacinação contra Covid
Moradores de Catalão usaram formulários forjados para furar a fila da vacinação de quem tem comorbidade. Médica da cidade assinou documentos
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu um inquérito que indicia 195 moradores de Catalão, cidade do Sul goiano, pelo uso de documentos falsos para furar a fila da vacinação da Covid-19. Elas teriam forjado atestados médicos e se passaram por pessoas com comorbidades.
Os investigados teriam se vacinado durante o mês de junho deste ano. Essas pessoas chegaram a desembolsar valores, segundo a polícia, para pagar pelos formulários. Uma médica da cidade e a secretária dela estão entre os indiciados, pois teriam assinado os documentos indevidamente.
O fato foi comunicado à polícia pela própria Secretaria Municipal de Saúde, que começou a detectar suspeitas de irregularidade na imunização de algumas pessoas.
Cerca de mil formulários foram analisados pela investigação e mais de 220 pessoas foram ouvidas, durante mais de três meses de apuração.
O delegado responsável pelo caso, Fernando Maciel, afirma que foram colhidos, ainda, padrões de letras e assinaturas para identificar quem estava por trás da liberação dos documentos. O trabalho pericial confirmou a autoria.
Dezenas de pessoas acabaram confessando o uso do documento falso, durante os interrogatórios, e narraram ao delegado como tudo havia ocorrido.
Crimes
A médica que assinou alguns dos formulários foi indiciada por falsidade ideológica e a secretária dela, que não é médica, mas que mesmo assim assinou parte dos atestados, foi indiciada por falsidade material.
As pessoas que se aproveitaram dos formulários para furar a fila da vacinação foram indiciadas por uso de documento falso.
“Essa investigação é um trabalho da Polícia Civil em homenagem a todas as pessoas que tiveram parentes vitimados pela Covid-19 e, principalmente, todas aquelas pessoas que respeitaram a fila de vacinação”, diz o delegado.