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Parte da cúpula do MPF pede que Aras apure ataques de Bolsonaro ao TSE

Cinco subprocuradores do Conselho Superior do MPF apontam ameaça em declarações do presidente sobre eleições de 2022

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ministro Luis Roberto Barroso e Augusto Aras
1 de 1 Ministro Luis Roberto Barroso e Augusto Aras - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Cinco subprocuradores-gerais da República, que representam metade do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), enviaram ao procurador-geral, Augusto Aras, um pedido para abertura de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro, devido às declarações sobre “fraude eleitoral” e às ameaças à realização das eleições em 2022.

No documento, os magistrados dizem que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve ter uma atuação preventiva na defesa das eleições do próximo ano, e, por isso, argumentam que deve ser instaurado um “procedimento preparatório eleitoral destinado a identificar e coletar elementos potencialmente evidenciadores de abuso de poder de autoridade, atentatórios à existência e à normalidade da eleição presidencial de 2022”.

A ação foi tomada após o silêncio de Aras sobre as declarações de Bolsonaro, mesmo depois de autoridades de diversos Poderes terem manifestado repúdio. O presidente afirma frequentemente que o sistema eleitoral com uso de urna eletrônica não é seguro e, por isso, a votação impressa deve ser implementada. Ele, inclusive, anunciou que não haverá eleições em 2022, caso não haja mudanças no formato adotado.

Para os subprocuradores-gerais, as manifestações de Bolsonaro configuram “abuso de poder de autoridade”, com tentativa de “supressão das regras do jogo democrático”. Com o envio da representação ao procurador-geral, Aras é obrigado a se manifestar se vai acolher o pedido ou não.

O documento foi assinado pelos subprocuradores-gerais da República José Adônis Callou de Araújo Sá, Mario Bonsaglia, Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e José Elaeres. Todos integram o Conselho Superior do MPF, órgão máximo de deliberação da PGR.

Leia a íntegra:

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