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Paraná: seca atrasa plantio de grãos e pode comprometer próximas safras

A falta de chuvas preocupa produtores rurais sobre a possibilidade de perdas ou ao menos de queda de produtividade

atualizado

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Jonas Oliveira/ANPr
Colheita de soja. Foto Jonas Oliveira/ANPr
1 de 1 Colheita de soja. Foto Jonas Oliveira/ANPr - Foto: Jonas Oliveira/ANPr

A estiagem que atinge o Paraná há mais de um ano preocupa produtores rurais sobre a possibilidade de perdas ou ao menos de queda de produtividade para as próximas safras. A falta de chuvas em setembro fez o plantio da soja atrasar, forçou o replantio em algumas áreas e vai mudar também a data da colheita. A informação é da Folha de S.Paulo.

O mesmo impacto pode atingir a semeadura do milho. Além dos atrasos, a previsão do tempo para os próximos meses não anima os agricultores, pois a chuva não se mostra suficiente para fortalecer as plantas da forma mais adequada, apesar de dezembro ter surpreendido com temporais volumosos e bem espalhados.

“A tendência é que sejam períodos ainda um pouco abaixo do que normalmente chove”, afirmou o geógrafo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Pedro Fontão. Ele diz que essa condição mais seca também vem agora como efeito do La Niña. “O agricultor não precisa só de chuvas em grande volume, mas de boa distribuição dessa água, o que não tem ocorrido”, disse.

É desse volume e distribuição que ainda depende o desenvolvimento dos 175 hectares de soja plantada em outubro por Diogo Sezar de Mattia, em São Miguel do Iguaçu, extremo oeste do Paraná, região já conhecida pelo calor intenso nesta época do ano.

Déficit hídrico

“Mesmo atrasando o plantio, tivemos um déficit hídrico que fez com que a germinação da semente não fosse a ideal. Depois, veio um novo período de seca. A planta estava muito feia, não estava aguentando o sol. Há 15 dias, tivemos uma chuva boa, que trouxe ela de volta, mas certamente a safra já está comprometida, em quantidade ainda a ser mensurada.”

Como ele conta, esse cenário mais dificultoso é bem diferente do que os produtores encontraram na época de plantio em 2019, que rendeu ao Paraná o recorde histórico de produtividade em 2020, com a colheita de 20,7 milhões de toneladas de soja.

“Aquele momento também era de seca, mas a chuva caiu nos momentos certos, o que foi decisivo para chegar a esse número”, aponta Salatiel Turra, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

Como a colheita fruto do plantio de 2019 foi “excepcional” para o produtor paranaense, Turra tem a avaliação de que a espera para 2021 ainda está dentro da normalidade e até pode superar as expectativas. A projeção, até então, é colher ao menos 20,3 milhões de toneladas do grão.

Hoje, como ele aponta, apesar de alguns casos pontuais, 96% das lavouras do estado apresentam condições boas ou medianas. Apenas os restantes 4% dificilmente conseguirão se recuperar. “Não diria que haverá perdas, mas redução da produtividade”, afirmou.

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