Pai e filha obtêm permissão na Justiça para plantar maconha medicinal

Família goiana tentou tratamentos tradicionais para problemas de saúde, mas não teve êxito. Processo para liberação começou em 2020

Cleomar Almeida
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A Justiça Federal autorizou um médico de 46 anos e a filha dele, de 11, a plantarem maconha para uso medicinal, em Goiânia. De acordo com a recente decisão, eles fazem tratamentos diferentes e já tentaram alternativas convencionais, que não resultaram em melhorias na saúde.

Decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) autorizou o plantio da maconha para uso medicinal na última terça-feira (16/8), depois de a família recorrer contra outra decisão que, inicialmente, negou o pedido.

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Segundo o processo, o pai tem uma lesão no ombro e sofre bastante com dores crônicas. A filha, por sua vez, faz tratamento contra a Síndrome de Rett, que prejudica o desenvolvimento neurológico, na fala e no aprendizado, além de provocar perda da função da mão, ansiedade, depressão, entre outros problemas de saúde.

Os nomes do pai e da filha foram mantidos em sigilo a pedido da família, para que evitar qualquer tipo de desgaste com reações discriminatórias.

Diretor jurídico da Associação Goiana de Apoio à Pesquisa da Cannabis Medicinal (Agape) e representante da família na Justiça, o advogado Matheus Scoponi ressaltou à imprensa que a lei sobre drogas, apesar de proibir o plantio da maconha, possibilita autorização para o cultivo para fins medicinais e científicos.

De acordo com a defesa, o pai já fazia o plantio antes, mas, se houvesse alguma denúncia, poderia ser preso. Por isso, a família decidiu fazer o pedido de autorização formal junto ao Poder Judiciário.

O pai da criança conta que o uso da cannabis tem ajudado muito no crescimento da filha. Com o óleo feito da planta, a menina tem desenvolvido relacionamento com outras pessoas, fazendo amizades, frequentado a escola e melhorado a qualidade de vida.

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