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O 5G no Brasil e os possíveis impactos no ensino superior

O edital do leilão 5G prevê que a tecnologia deve estar disponível em todas as capitais do país até o dia 31 de julho de 2022

atualizado

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Hugo Barreto / Metrópoles
5G
1 de 1 5G - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

A educação será um dos setores impactados pela implementação da tecnologia 5G no Brasil. Além da educação básica, que foi contemplada no edital do leilão de oferta e exploração da tecnologia, o ensino superior também será afetado em suas dinâmicas e estruturas pelo processo de efetivação do 5G.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou o leilão da tecnologia 5G entre os dias 4 e 5 de novembro de 2021, em Brasília (DF). Quinze empresas credenciadas fizeram propostas na disputa das quatro faixas de frequência: 700 MHz (mega-hertz); 2,3 GHz (giga-hertz); 3,5 GHz; e 26 GHz. 

De acordo com a Anatel, R$ 47,2 bilhões foram arrecadados com as ofertas das operadoras e a agência reguladora das telecomunicações espera obter avanços com a tecnologia em cinco cenários.

  1. Aumento das taxas de transmissão – maior velocidade;
  2. Baixa latência – tempo mínimo entre o estímulo e a resposta da rede;
  3. Maior densidade de conexões – quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área;
  4. Maior eficiência espectral – quantidade de dados transmitidos por faixa de espectro eletromagnético; 
  5. Maior eficiência energética dos equipamentos – economia e sustentabilidade;

Possíveis impactos do 5G no Brasil

Em conversa com a Revista Quero, Viviane Fushimi Velloso, professora da Universidade de Taubaté (Unitau), mencionou suas expectativas sobre uma nova realidade tecnológica para o ensino superior, mas relembrou que a implementação do 5G também passa pelo planejamento governamental. 

“A tecnologia, ela possibilita. O que faz acontecer são políticas públicas eficientes que realmente vejam e entendam essa tecnologia como um grande propulsor da sociedade brasileira – no ponto de vista humano e econômico. Nós estamos acompanhando as discussões como, por exemplo, o crescimento da telemedicina ou como o 5G vai possibilitar o atendimento remoto. E para a educação é a mesma coisa. Você vai poder compartilhar essa tecnologia e você poderá ampliar essas possibilidades. Mas como isso acontecerá? Depende de como os governos, em todos os níveis, vão planejar isso”. 

Desafios e benefícios do 5G

O 5G propicia a evolução das tecnologias 4G e 3G, ambas redes de internet móvel, com apresentação de possibilidades de melhorias tecnológicas no cotidiano populacional. A velocidade de acesso e compartilhamento de arquivos, a conexão entre objetos inteligentes e a maior estabilidade do sinal são algumas expectativas e perspectivas com o avanço tecnológico. Além disso, todas as possibilidades listadas, que são passíveis de realização, podem abranger e reformular o cotidiano educacional.

“Com certeza, o 5G traz um novo contexto. Um contexto promissor. Como toda tecnologia, ela traz desafios e benefícios. Mas não podemos esquecer que a tecnologia é só um meio. Tudo isso depende da força e vontade política. Depende muito da capacidade de estruturar a entrada desta nova tecnologia. Nós vemos com bons olhos, uma possibilidade muito grande de crescimento. Mas não podemos esquecer que as distâncias sociais, que existem no país, podem aumentar ainda mais se [a tecnologia] não for realmente pensada como uma grande possibilidade de levar conhecimento, saúde, infraestrutura para todos”, afirmou.

Abordando as modalidades presencial, semipresencial e EaD, a profª Viviane expõe a possibilidade de organização e estruturação conjunta de ensino. 

“Hoje nós falamos em ensino síncrono e assíncrono. O síncrono existe a interação, seja no presencial ou no remoto. Esse formato demonstra que a interação com o aluno é face a face, independente do mecanismo presencial e físico ou presencial e online. E também há o assíncrono que é o modelo utilizado pela educação a distância – com aulas gravadas e materiais disponíveis nas plataformas. O que acontecerá é que esses modelos deverão ser planejados de forma conjunta”. 

Com a chegada do 5G, as ferramentas e atividades educacionais podem ser aperfeiçoadas diante das melhorias estruturais da tecnologia. Questionada sobre a consolidação de possibilidades educacionais que pareciam distantes sem o aprimoramento tecnológico, a Prof.ª Viviane assinalou positivamente sobre as mudanças:

“Sem dúvida nenhuma, essa qualidade de conexão que teremos e essa abrangência fazem toda a diferença. As possibilidades se ampliam, pois você tem uma capacidade de troca de dados muito maior. Por exemplo, não consigo compartilhar muitas vezes um vídeo muito longo com meu aluno. Eu também não consigo fazer o acompanhamento deste vídeo junto ao aluno. Realizar as pausas [para explicações], pois o compartilhamento é inviável. […] O que nós percebemos é que o 5G abre uma possibilidade e uma interação muito mais efetiva. Em termos de trabalhos em laboratório, é mais ágil e rápido”, afirmou Viviane Fushimi Velloso, professora da Universidade de Taubaté.

O calendário do 5G no Brasil

O edital do leilão 5G prevê que a tecnologia deve estar disponível em todas as capitais do país até o dia 31 de julho de 2022. Além disso, as cidades com mais de 500 mil habitantes têm previsão de implementação do 5G até julho de 2025. 

Os habitantes dos municípios com mais de 200 mil habitantes serão contemplados até julho de 2026. Por fim, as cidades com população superior a 100 mil habitantes devem receber a tecnologia 5G até julho de 2027, e  julho de 2028 é o prazo final de recebimento do 5G para as cidades com mais de 30 mil habitantes.

Matéria da equipe editorial da Revista Quero, que faz parte da Quero Educação através do Quero Bolsa. Confira as últimas ofertas de bolsas de estudos nas seguintes Universidades:

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