Mulher mantida em cárcere privado pelo marido é solta: “Liberdade”
Em gravação feita após ser libertada, ela encorajou mulheres que vivem relacionamentos abusivos a denunciarem os criminosos
atualizado
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Após ser libertada pela Polícia do Rio de Janeiro, uma mulher que foi mantida pelo marido em cárcere privado por oito anos enviou uma mensagem de desabafo e encorajamento para que outras vítimas do crime denunciem os agressores. Na gravação, ela contou que, ao livrar-se do cárcere, teve “o grito de liberdade que tanto esperava”.
“Eu consegui tomar coragem e depois de oito anos de sofrimento, com uma pessoa que diz amar demais a outra, acabou prejudicando muito a minha vida (…) Hoje, eu tive o grito de liberdade e resolvi denunciar essa pessoa”, relatou, emocionada.
Ainda em estado de choque por ter sido recém-libertada, ela encorajou mulheres que vivem relacionamentos abusivos a denunciarem os criminosos.
“Através dessa gravação, eu venho pedir a você mulher, a encorajar você mulher, que sofre com os maus-tratos familiares. Não precisam ser somente as agressões físicas, mas as verbais, as psicológicas, as que te colocam pra baixo, as calúnias, as difamações, as injúrias. Lutem pelos seus direitos, não deixe passar assim do jeito que eu deixei tanto tempo passar.”
Entenda o caso
Um homem de 49 anos foi preso nessa quarta-feira (8/7) por manter a própria esposa em cárcere privado há mais de oito anos. De acordo com agentes da Policia Civil, o resgate ocorreu após a equipe receber carta da vítima com um pedido de socorro.
Na mensagem, a mulher contou que sofria agressões físicas e psicológicas do marido, que a proibia de sair de casa. Ela disse que só podia usar o celular ao lado do criminoso, que regulava o tempo em que o aparelho poderia ficar ligado.
“Estou sendo coagida pelo H.. Ele fica o tempo inteiro atrás de mim, vendo o que eu faço e me ameaçando. Não tenho como sair, estou sendo completamente torturada, psicologicamente, moralmente e passando por constrangimentos horríveis”, escreveu.
O suspeito foi encontrado em casa e encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) da região. Ele segue preso e responderá pelo crime de cárcere privado, com pena de 2 a 5 anos de prisão
A vítima foi libertada pelos policiais e passa bem.