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Movimentação em barragem de Cocais (MG) aumenta seis vezes em 15 dias

Mineradora Vale, responsável pela estrutura, anunciou obras para tentar minimizar impactos de um possível rompimento na região

atualizado

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Vale/Divulgação
barão de cocais
1 de 1 barão de cocais - Foto: Vale/Divulgação

A tensão pelo possível rompimento de uma barragem em Barão de Cocais, em Minas Gerais, se aproxima de completar duas semanas. A situação do talude – espécie de escora – tem se agravado rapidamente, apesar de a pior hipótese ainda não ter se confirmado. A Agência Nacional de Mineração (ANM) monitora a estrutura. A Vale anunciou obras para atenuar os riscos.

Em 15 dias, a movimentação de terra no local aumentou mais de seis vezes. Os dados foram calculados pelo Metrópoles, com base nos relatórios divulgados pelo governo federal. Na medição de 13 de maio, apenas 4 centímetros cediam diariamente. Nessa terça-feira (28/05/2019), as autoridades mineiras confirmaram que o desmoronamento chegou a 25,9 centímetros – a maior marca já registrada. Em média, desde 2012, o talude se deslocava 10 centímetros por ano.

Tanto o governo quanto a mineradora esperavam que a estrutura ruísse no último sábado (25/05/2019). Desde então, a movimentação no talude aumentou vertiginosamente. Nos últimos três dias, a alta diária chega a 8,5 centímetros. Num cálculo menor, a dilatação cresceu 3 centímetros em menos de 12 horas nessa terça-feira.

Calculando prejuízos
Os engenheiros trabalham com duas possibilidades. A menos grave é que o talude desmorone, caia na Mina de Congo Soco, e a estrutura absorva o impacto sem prejuízos. A outra: o impacto comprometeria a edificação e ela viria abaixo, afetando três municípios. Para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais, a segunda hipótese tem 15% de chance de se concretizar.

Além de Barão de Cocais, outros dois municípios estão na rota da possível destruição: Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Ao menos 10 mil pessoas podem ser atingidas pelo desastre. Na região, bancos, agências dos Correios e supermercados chegaram a fechar.

A Vale realizou duas simulações e retirou 400 moradores das áreas mais próximas. A barragem está localizada a 28 km de Barão de Cocais. O talude comprometido é mais perto, está há apenas 1 km. Vinte e dois bombeiros e oito viaturas fazem plantão em Cocais.

Desde 9 de fevereiro, a barragem perdeu a garantia de estabilidade. Segundo a Vale, ela atingiu o nível três de alerta, que indica risco iminente de ruptura. A empresa notificou o Ministério Público de Minas Gerais em 16 de maio, quando o caso ganhou repercussão.

Reprodução/Vale

 

A barragem ameaçada tem 6 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Na tentativa de atenuar a tragédia, a Vale construiu um muro e instalou telas metálicas e blocos de granito na estrutura. A cava da mina tinha água e estava desativada desde 2016.

Obras para diminuir riscos
A Vale anunciou obras na região para conter possíveis vazamentos de lama. A intenção da empresa é construir uma espécie de “muro de contenção” para reter a maior parcela de rejeitos em caso de rompimento. Apesar de ter anunciado a empreitada nessa terça-feira, as obras começaram na última quinta (23/05/2019).

A mineradora divulgou um vídeo institucional no qual minimiza a situação. Segundo a empresa, as análises do talude apontam que, em caso de ruptura, há “grande possibilidade” de o material deslizar para dentro da cava, diminuindo a hipótese de impacto na barragem.

 

Na gravação, o diretor de Operações da Vale, Marcelo Barros, explica o panorama atual. “Tanto o talude quanto a barragem são monitorados 24 horas por dia, e toda a previsão é revisada diariamente. Há uma grande possibilidade de que o talude, uma vez deslizando, se acomode dentro da cava, sem maiores consequências”, destacou.

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