Motim no CE: assassinatos chegam a 170 e governo afasta 230 PMs

Onda de violência completou oito dias. Além da capital, Força Nacional passou a atuar em mais dois municípios cearenses

Otávio Augusto
Compartilhar notícia

Subiu para 170 o número de assassinatos no Ceará durante o motim de policiais militares no Ceará. As autoridades de segurança contabilizaram mais 23 homicídios nesta segunda-feira (24/02/2020). O motim no estado chega ao oitavo dia nesta terça-feira de Carnaval (25/02/2020).

Três batalhões continuam fechados no estado. O motim começou na terça-feira (18/02/2020), quando homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quartéis, depredando veículos da polícia.

O conflito começou após policiais militares reivindicarem aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana (PT-CE). Nesta terça-feira, os municípios do Crato e Juazeiro do Norte, na Região do Cariri do Ceará, também começaram receber tropas do Exército.

Mais de 230 policiais foram afastados das funções por envolvimento no motim, com a instauração de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD). Destes, 150 são soldados, mas a lista também inclui cabos, sargentos e subtenentes.

Os afastamentos, a princípio, são preventivos e devem durar 120 dias. As investigações apuram práticas “de ato incompreensível com a função pública, gerando clamor público, tornando os afastamentos necessários à garantia da ordem pública”.

O governo federal determinou que o emprego da Forças Nacional no Ceará, na chamada Operação Mandacaru, tenha como foco a capital do estado, Fortaleza.

Entenda o caso
O estado enfrenta uma crise na segurança pública, após policiais militares realizarem motins para pedir reajuste salarial.

O Ministério da Defesa pediu às Forças Armadas que evitem o confronto com grevistas e que o comandante do Exército escolha um líder para coordenar a operação no Ceará.

A onda de violência continua, apesar dos reforços de 2,5 mil soldados do Exército e de 150 agentes da Força Nacional que atuam dentro da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Compartilhar notícia
Sair da versão mobile