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Mortes por Covid em 2021 no AM são maiores que por câncer em 2019

Outros dois estados do Norte (Rondônia e Roraima) estão em segundo e terceiro lugar nessa métrica

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Em Manaus, marido leva esposa estrangulada até atendimento do Samu
1 de 1 Em Manaus, marido leva esposa estrangulada até atendimento do Samu - Foto: Reprodução

As mortes por Covid-19 no primeiro trimestre de 2021 no Amazonas representam o total de falecimentos por câncer  e 37,2% do total de óbitos ocorridos no estado em 2019, último ano completo antes da pandemia global de coronavírus. As comparações evidenciam o quanto o total de falecimentos cresceu no local por conta do colapso do sistema de saúde causado pela Covid-19.

Desde o início de 2021, foram 6,7 mil mortes por conta da doença enquanto foram registrados 18,1 mil óbitos ao longo de todo o ano de 2019 no maior estado brasileiro. As informações são do Ministério da Saúde. Elas foram coletadas e comparadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

O segundo e o terceiro lugar também são de estados do Norte, o que demonstra a dificuldade que os sistemas de saúde da região tiveram para enfrentar a segunda onda da Covid-19. Em Rondônia foram 2,3 mil óbitos por Covid-19 em 2021, o que é 28% do total de mortes registradas em 2019.

Já em Roraima, onde 560 falecimentos por conta da Covid-19 foram notificados entre 1 de janeiro e 31 de março deste ano, a relação é de 20,5%. Isso equivale dizer que apenas uma doença causou um quinto das mortes de um ano inteiro por todas as causas no estado.

O gráfico a seguir traz as informações para todas as Unidades da Federação.

Outra comparação possível é a de óbitos causados pela Covid-19 com mortes de causas específicas. Em nove estados brasileiros, as mortes por Covid-19 em um trimestre representam mais do que todos os óbitos por câncer em 2019. São eles o Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco,  Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.

Neoplasias, termo médico para câncer, foram a segunda maior causa de mortalidade no Brasil em 2019 com 235,3 mil óbitos. A causa ficou atrás apenas de doenças do aparelho circulatório. Esse outro grupo inclui, por exemplo, problemas cardíacos como enfartes, e matou 364,1 mil pessoas no Brasil em 2019.

Em todo o Brasil, apenas as mortes por Covid-19 em um trimestre chegaram a 34% do total de mortes por problemas circulatórios em todo o país em 2019. Em seis estados elas representam mais de 50% desse montante. O gráfico a seguir tem as informações para todas as UFs tanto para neoplasias quanto problemas circulatórios.

A situação ainda pode piorar, apontou o médico infectologista Julival Ribeiro.”Infelizmente, acho que abril será um mês pior do que de março. Não temos medidas duras de isolamento social nem vacina em massa e variantes altamente contagiosas circulando sobretudo a de Manaus e do Reino”, apontou.

“Veja o exemplo do Chile. Mesmo com vacinação da população eles estão decretando lockdown e fecharam a fronteira pra o Brasil”, acrescentou.

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