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Morre um dos pacientes com suspeita de mucormicose em Goiás

O homem estava internado no Hospital das Clínicas; segundo a unidade, havia comprometimento pulmonar, infecção viral e bacteriana

atualizado

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Foto: Secom/UFG
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1 de 1 goias hospital das clinicas - Foto: Foto: Secom/UFG

Goiânia – Morreu nesta segunda-feira (14/6), o homem de 31 anos que estava internado no Hospital das Clínicas (HC), na capital goiana, com suspeita de Covid-19 e de mucormicose, a doença do “fungo preto”. O material do paciente já foi coletado para análise.

De acordo com a direção da unidade, o paciente, que era diabético, estava em estado gravíssimo. Ele não teve a identidade divulgada.

Segundo o superintendente do HC, José Garcia, o paciente não teve o diagnóstico de Covid-19 confirmado, no entanto, havia um comprometimento pulmonar muito grande e a infecção se parecida tanto viral quanto bacteriana.

“Ao mesmo tempo, começou a apresentar esse quadro de necrose facial na região maxilar, com comprometimento no nariz e no olho. Posteriormente, ele evoluiu para um acidente vascular cerebral, que também é compatível com essas micoses”, explicou Garcia ao portal G1.

Ainda segundo o superintendente do HC, tanto os exames para o coronavírus, como os da mucormicose, são inconclusivos. Os materiais estão em análise.

“O que nós sabemos é que ele teve um raspado dessa região necrosa e encaminhamos uma parte dessas lesões para realização de cultura, que é o principal meio de diagnóstico. Esse resultado deve levar de sete a dez dias para ficar pronto. O quadro clínico e de evolução do paciente são muito compatíveis com a mucormicose”, destacou José Garcia.

A direção da unidade ressalta que não é necessário ter pânico em relação a mucormicose, também conhecida como doença do “fungo preto”. Ela não é transmitida de humano para humanos. Segundo o HC, a doença é contraída diretamente da natureza, principalmente em ambiente quentes e úmidos.

Mucormicose

A mucormicose, comumente chamada de “fungo preto”, é uma infecção muito rara. É causada pela exposição ao fungo mucoso, que faz parte da família Mucoraceae, comumente encontrado no solo, plantas, esterco, frutas e vegetais em decomposição.

Trata-se de um fungo agressivo, e os infectados muitas vezes precisam de cirurgias mutilantes, como a retirada dos olhos, para se recuperar.

A infecção do “fungo preto” já acometeu quase 9 mil pacientes com Covid-19 na Índia. Os especialistas acreditam que a diminuição da imunidade, bem como o uso de esteroides para pacientes com casos graves de Covid-19, podem desencadear casos da doença.

Grupo de risco

Os indivíduos mais vulneráveis à mucormicose são portadores de diabetes mellitus descompensada ou com cetoacidose. No grupo de risco, ainda estão usuários de corticoides de forma prolongada, além de pacientes com alguns tipos de câncer, queimados graves, portadores de feridas abertas e transplantados de órgãos sólidos.

O aumento do ferro sérico e a diminuição dos linfócitos, que ocorrem na Covid-19, também são fatores que predispõem a essa micose oportunista.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a apresentação clínica mais frequente da mucormicose é rino-ocular. Começa com edema (inchaço) e endurecimento da região nasal ou em volta dos olhos, dor na face e secreção nasal sanguinolenta. Essa doença pode rapidamente progredir para lesão cerebral e morte, se não houver diagnóstico e tratamento precoces. Os fungos entram nos vasos sanguíneos, causam embolia e infarto, levando à necrose tecidual. A maioria dos casos que chegam a acometer o cérebro são fatais. Pode ainda ter acometimento pulmonar ou de outros órgãos.

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