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Morre autor do pedido de impeachment de Getúlio

Nascido no dia 9 de dezembro de 1926, o político tinha formação em administração pública e relações públicas. Não teve filhos. Registrou a união estável com Maria havia três anos

atualizado

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Arquivo Nacional
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1 de 1 getuliovargas - Foto: Arquivo Nacional

Aos 89 anos, morreu ontem à noite, no Rio, o ex-vereador Wilson Leite Passos. Ele tinha câncer de pulmão e estava internado desde o dia 31 de agosto na Clínica São Carlos, no bairro do Humaitá, zona sul do Rio.

Personagem da história do Brasil por ter sido o autor do primeiro pedido de impeachment de um presidente – de Getúlio Vargas, em 1954 -, ele descobriu a doença há três anos e oito meses, segundo sua esposa Maria, com quem vivia há 19 anos. Seu corpo será cremado na segunda-feira, às 10 horas, no Crematório do Memorial do Carmo. Ele passou os últimos dias em coma induzido. Depois de uma inflamação no cérebro, tinha alimentação restrita e pouco conversava.

Nascido no dia 9 de dezembro de 1926, o político tinha formação em administração pública e relações públicas. Não teve filhos. Registrou a união estável com Maria havia três anos. No apartamento em que viviam, no Leme, na zona sul, não recebia visitas. Terminou a vida isolado.

Vereador no Rio por oito mandatos seguidos, uma das figuras mais controversas do Legislativo carioca, Leite Passos concluiu a carreira política em 2008 – tentou uma última reeleição em 2012, pelo PP, mas não se elegeu. Dizia-se defensor de “valores morais e cívicos” e das Forças Armadas.

Na condição de militante da União Democrática Nacional (UDN), partido conservador que ajudaria a fundar em 1945, ele tornou-se célebre por assinar o pedido de impedimento de Getúlio. A proposta foi rejeitada no dia 16 de junho de 1954 pela Câmara Federal por 136 votos a 35, com 40 abstenções.

Com discurso anticomunista, foi apoiador do golpe militar de 1964 e criador do Serviço Municipal de Eugenia, atuante de 1956 a 1975, que fornecia orientação a casais jovens para que obtivessem “filhos sadios e famílias equilibradas”. Seus opositores na Câmara dos Vereadores sustentavam que ele era antissemita declarado. Negava o holocausto. Mantinha como tesouro uma pistola alemã de um oficial nazista da Segunda Guerra, que ele acreditava ter sido usada para matar “muito comunista”.

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