Monica Benicio, viúva de Marielle, terá gabinete ao lado de Carlos Bolsonaro

Vereadora ficou com a sala 904, enquanto o filho do presidente está instalado no gabinete 905; a sala 903 pertencia a Marielle Franco

Juliana Barbosa
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A vereadora Monica Benicio (PSol) participou de um sorteio entre os 17 vereadores novatos para definir o gabinete na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O número foi o 904 e, com isso, a viúva de Marielle Franco (PSol) passou a ser vizinha da sala 905, do vereador Carlos Bolsonaro (PR), com o qual já trocou farpas nas redes sociais.

Além disso, o gabinete de Monica fica entre a sala do filho de Jair Bolsonaro (sem partido) e o antigo espaço ocupado por Marielle, o 903, que no sorteio ficou com o vereador Márcio Santos de Araújo (PTB).

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Monica Benicio
Monica Benicio
Monica Benicio tem tatuagem
Monica Benicio
Monica Benicio, viúva de Marielle

“Onde quer que Marielle esteja, ela deve estar rindo de mim. De tantos gabinetes para eu sortear, acabo ficando ao lado do que ela ocupou e vizinha de um outro com pautas bem diferentes das nossas”, disse Monica ao jornal O Globo.

“Foi uma decisão política não ficar com o 903. Eu não queria ficar com o gabinete dela, porque iria trazer muitas lembranças, principalmente para alguns dos assessores que atuaram na mandata [como Marielle, Monica chama o mandato na forma feminina, por causa das bandeiras em defesa dos direitos das mulheres e de integrantes dos movimentos LGBTQI+] e hoje trabalham comigo”, completou.

Na porta do gabinete, Monica colou adesivos com a pergunta “Quem matou Marielle?”, além de uma placa na cor preta com o mesmo questionamento.

“Como parlamentar vou continuar cobrando justiça por Marielle e Anderson. Também vou continuar defendendo as bandeiras dela. Estamos preparando um mapeamento com indicadores de violência contra a mulher. A ideia é apontarmos os locais onde elas sofrem mais estupros e assaltos. Só estudando bem esses pontos poderemos criar políticas públicas em favor delas. Por exemplo, vamos propor que, à noite ou de madrugada, os ônibus possam parar o mais próximo possível das moradias das mulheres, para que elas não fiquem mais tempo vulneráveis nas ruas”, disse Monica.

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