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Mochila encontrada no mar é de copiloto do bimotor que caiu em Ubatuba

Informação foi confirmada pela mãe do proprietário do avião, José Porfírio Jr., que está desaparecido com outro tripulante desde o dia 24

Rio de Janeiro – A mochila encontrada pela Marinha do Brasil no litoral entre Ubatuba, em São Paulo, e Paraty, no Rio de Janeiro, é do copiloto do avião bimotor que caiu no mar na noite do dia 24. Os pertences de José Porfírio de Brito Júnior, 20 anos, foram localizados pela Marinha no último sábado.

A confirmação de que a mochila é do copiloto que era e proprietário do bimotor, foi feita pela mãe dele, Ana Regina Agostinho, 43, em seu perfil nas redes sociais:

“A assessoria de imprensa da Marinha me ligou ontem, ao meio-dia, e falou que se solidarizava com a família e iriam dar os informes duas vezes ao dia. Eles não deram retorno ontem à noite. Estou esperando alguma notícia hoje. Além disso, eles me falaram que a bolsa achada era do meu filho e que era para a gente ir até São Sebastião, na delegacia, pegar. Eu pedi que eles (a Marinha) nos entregassem, já que estamos nas buscas. Desconversaram”.

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Copiloto e proprietário do bimotor, José Porfírio de Brito Júnior
Corpo de Bombeiros de SP, com apoio do RJ, faz buscas pelo avião bimotor
Desde as 4h35, bombeiros no mar e a Aeronáutica no céu tentam encontrar tripulantes e destroços do avião bimotor
Três pessoas estavam a bordo da aeronave; piloto foi encontrado sem vida
A aeronave modelo PA-34-220T estava registrada como propriedade do copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos
Avião bimotor que caiu no mar em Ubatuba (SP) iria pousar no aeroporto de Jacarepaguá, no RJ
Bimotor decolou de Campinas, em São Paulo, por volta de 20h30, com destino ao Rio de Janeiro
No entanto, a aeronave com três tripulantes caiu por volta das 21h no mar em Ubatuba, litoral de SP, antes de pousar no aeroporto de Jacarepaguá (RJ)
Copiloto está entre os tripulantes, segundo familiares
Foto compartilhada pelo copiloto em dezembro de 2020
Mãe do copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, Ana Regina fala das buscas pelo avião bimotor

A família tem feito críticas constantes à Marinha, já que a corporação não passa informações. Segundo os parentes, a corporação nega que seja responsável pelas buscas no mar e, segundo a família, não cedeu os equipamentos necessários para a busca específica, como o sonar que pode identificar destroços em águas profundas.

Em entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira, a namorada de José Porfírio, Thalya Ares Viana, pontuou que os equipamentos de busca que vem sendo utilizados são de embarcações particulares, sem o alcance necessário.

“A rotina da família, dos conhecidos, dos solidários e a minha e a de acompanhar e ajudar nas buscas. Mudei para Paraty para isso. E estamos nos mobilizando intensamente nas redes sociais. Precisamos de ajuda especializada, precisamos dos equipamentos da Marinha”, disse Thalya, de 20 anos.

Instruções de boing

De acordo com o Corpo de Bombeiros e com o pai do copiloto, o também piloto José Porfírio de Brito, ao emitir um alerta, o piloto do bimotor, Gustavo Carneiro, que teve o corpo localizado dia 25, recebeu instruções do comandante de um Boeing da GOL linhas Aéreas.

Ana Regina contou que, na verdade, as instruções para o pouco de emergência foram passadas por uma piloto mulher.

“A conversa pode informar o que aconteceu. Foi uma piloto mulher que ajudou o meu filho. Ela relatou o desespero do meu filho quando eles estavam caindo”, conta Ana Regina ao Extra, referindo-se a um diálogo captado por um avião que passava perto.

“É uma guerra a procura do meu filho. Criamos grupos de WhatsApp para as buscas dos dois. Eu tenho certeza de que o meu filho está vivo e, se Deus quiser, vamos achá-los vivos”, completa.

Buscas permanecem

As buscas por José Porfírio e pelo empresário Sérgio Alves Dias Filho, de 45, que fretou o voo, seguem sendo realizadas pela Força Armada Brasileira e pelo Corpo de Bombeiros pelo oitavo dia consecutivo. O bimotor decolou, com atraso, em Campinas. O voo estava previsto para sair às 17h, mas só partiu às 20h30 do dia 24.

O último contato com a aeronave foi feito às 21h40, pela torre do Rio de Janeiro. O avião estava em situação normal, com autorização para realizar voos noturnos, porém, não tinha permissão para fazer táxi aéreo.

Em nota, a FAB informou que as buscas vêm sendo feitas com auxílio de uma “aeronave C-130 Hércules, que decolou às 5h da manhã”. “Um helicóptero H-36 Caracal permanece à disposição, podendo ser acionado em caso de necessidade de resgate e, até o momento, uma área de mais de 5700 km² do litoral foi coberta pela busca aérea”, completa.