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Ministério da Saúde descarta caso de poliomielite em criança do Pará

Sintomas de criança paraense de 3 anos foram causados por efeitos adversos ligados à imunização incompleta contra o vírus

O Ministério da Saúde descartou, nesta sexta-feira (7/10), a ocorrência de caso de poliomielite no Pará. Na quinta-feira (6/10), a pasta foi notificada de um suposto evento relacionado à doença. No entanto, após investigações, a hipótese foi rechaçada.

Nas últimas semanas, uma criança de três anos, moradora de Santo Antônio do Tauá (PA), foi hospitalizada com sintomas de paralisia. O menino teve febre, dores musculares e redução da capacidade motora das pernas.

Exames identificaram, em uma amostra das fezes do paciente, o vírus Sabin Like 3, patógeno encontrado em vacinas contra a poliomielite. Em nota, o Ministério da Saúde informou que os sintomas foram efeitos adversos ligados ao imunizante. A criança tinha o esquema vacinal incompleto.

“A criança foi atendida ambulatorialmente, não chegou a ser internada, evoluindo bem com recuperação da força muscular e permanece com discreta claudicação em membro inferior esquerdo”, informou o Ministério da Saúde.

Vacinação incompleta

No comunicado de risco emitido pela Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), o órgão explica que o menino começou a apresentar sintomas 24h depois de tomar a vacina VOP, conhecida popularmente como “gotinha”.

O imunizante usa um vírus atenuado, e é recomendado pelo Ministério da Saúde apenas para o reforço anual — crianças menores começam a vacinação com duas doses da vacina VIP, injetável, que usa o vírus inativado.

“Quanto ao histórico vacinal da criança, foi verificado que estava incompleto e que ela não recebeu as doses da VIP previamente. Ao analisar a carteira, a criança possuía duas doses de VOP, o que está em desacordo com as normas do Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, diz o documento.

Na nota desta sexta, o Ministério da Saúde ressaltou a vacinação incompleta e em desacordo com o PNI. “Não se trata de poliomielite, mas sim de um caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA) suspostamente atribuível à vacina VOP”, pontuou a pasta.

O órgão também frisou que a amostra detectada nas fezes da criança não tem caráter transmissível e “não altera o cenário epidemiológico no território nacional”.

O vírus da poliomielite selvagem foi considerado erradicado no Brasil em 1994, mas, enquanto não for extinto em todo o mundo, existe o risco que o vírus volte a circular.

Por isso, é importante que as crianças menores de cinco anos sejam vacinadas com o protocolo determinado pelo PNI — a imunização é a única forma de evitar que pessoas sejam contaminadas pelo vírus.