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“Melhor sensação da vida”, diz brasileira de 22 anos vacinada nos EUA

O Metrópoles conta a história de duas brasileiras, uma na África e outra nos Estados Unidos, que foram contempladas com a primeira dose

atualizado

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Natalia Martins
1 de 1 Natalia Martins - Foto: Divulgação

Enquanto no Brasil a vacinação acontece morosamente, ainda atendendo a população na faixa etária dos 60 anos, em outros países do mundo, como nos Estados Unidos, esse processo deu um grande salto e já começou a imunizar pessoas com até 18 anos.

A brasileira Natalia Martins, de 22 anos, mora em Columbia, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e recebeu a vacina contra a Covid-19 em 8 de abril. “Eu estava tão ansiosa para tomar a primeira dose que não conseguia dormir. Quando agendaram o meu horário, eu contei para todo mundo no campus”, disse.

No dia de tomar o imunizante, Natalia Martins não conseguia esconder a alegria: “Eu cheguei na farmácia, dei o meu nome – não precisei mostrar a identidade – e já recebi a minha dose. Foi a coisa mais fácil do mundo”, conta.

Veja o momento:

Como foi o processo da vacinação

Nathalia estuda ciências politicas e trabalha no Congresso da Carolina do Sul. Ela conta que o clima no país mudou após a posse do presidente Joe Biden. “Antes das eleições, as reuniões sobre a administração das vacinas estavam estagnadas. Na hora que o democrata assumiu, a chave virou”, disse.

“O estado da Carolina do Sul convocou, em um primeiro momento, apenas um grupo. Os profissionais da linha de frente foram os primeiros a serem chamados, mas como as escolas começaram a fechar, os profissionais de educação também entraram na lista. Mas acabaram chegando mais doses que a demanda e, no dia 31 de março, o governador anunciou que todo mundo a partir de 18 anos seria vacinado”, conta Natalia.

Quando soube da possibilidade de se imunizar, Nathalia resolveu entrar na fila: “Havia campanhas nas redes sociais, jornais e a minha faculdade também enviou um e-mail informando os detalhes a todos os estudantes. Entrei em um aplicativo que mostra os locais onde as doses estão disponíveis. Tem postos de vacinação em estádio, farmácias, faculdades”, disse.

A estudante acredita que o Brasil também pode acelerar a imunização: “A experiência nos Estados Unidos mostra que é possível, mas o governo precisa ter força de vontade. Tomar a minha primeira dose foi rápido e a melhor sensação da minha vida”. 

Vacinada primeiro do que o pai

A estudante de medicina Carolina Doffini, de 22 anos, recebeu o imunizante contra a Covid-19 em Gana, no dia 5 de março. Ela conta que na capital do país, Acra, não há critério para receber a dose. “Eles estão vacinando quem chega nos postos. Eu só tinha o visto de férias, mas eles não pediram nada, aplicaram a dose e me deram um cartão.”

Carolina está em Acra durante a pandemia para acompanhar a mãe, que mora na cidade. A estudante conta que foi imunizada antes do pai, de 55 anos, que tem diabetes e está em Brasília. De acordo com a estudante, o Reino Unido e a OMS doaram várias doses para a África e no momento não há nenhum critério para receber a vacina.

“Eu e a minha mãe ficamos sabendo sobre a possibilidade de receber a primeira dose por ‘boca em boca’, não há publicidade e, pelo o que vejo, o governo não está estimulando tanto a vacinação”, disse.

Segundo Carolina, a população de Acra tem muito medo do imunizante. “O pessoal fala muito aqui: ‘O vírus tem 1 ano já tem vacina’. Sinto que a população está desacreditada”, conta.

Em coletiva de imprensa, a diretora para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS), Matshidiso Moeti, lamentou que o continente permanece “à margem” na campanha de imunização contra a Covid-19, com apenas “2% das vacinas administradas no mundo”.

A estudante ainda diz que a emoção foi muito grande: “Um passo à frente diante de todo o caos. Muito grata por essa oportunidade”, finaliza.

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