Perigo! Argentina dá alerta sobre nuvem de gafanhotos na fronteira com o RS

Segundo o governo argentino, em 1 km², até 40 milhões de gafanhotos podem comer o que 2 mil vacas consomem em um dia

Jacqueline Saraiva
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Imagens impressionantes de uma nuvem de gafanhotos foram divulgadas pelas autoridades da Argentina nessa segunda-feira (22/06), causando apreensão entre os produtores rurais argentinos e, agora, entre os brasileiros. O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), que monitora a situação desde maio, publicou um alerta de perigo sobre o avanço dos insetos na fronteira do Rio Grande do Sul.

Segundo a Argentina, a nuvem veio do Paraguai e chegou à província de Santa Fé, naquele país, no dia 17. Dois dias depois, avançou pelo Rio Paraná até Corrientes. O Senasa comunicou que a previsão é de que, com os fortes ventos, os gafanhotos cheguem ainda nesta terça-feira (23/06), hoje, à província de Entre Ríos.

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Mapa sobre avanço de nuvem de gafanhotos
Lavoura atacada por gafanhotos
Foto de lavoura monitorada após nuvem de gafanhotos
Mapa sobre avanço de nuvem de gafanhotos
Nuvem de gafanhotos na Argentina

Técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária da Argentina estão em campo e pedem para que os produtores relatem qualquer ocorrência do tipo. “Devemos lembrar que, em aproximadamente 1 km², até 40 milhões de insetos podem se mobilizar e comer as pastagens, o que equivale ao que 2 mil vacas consumiriam em um dia”, explicou o governo da província de Córdoba, um dos que monitoram o fenômeno.

O mapa de alerta (veja abaixo) mostra em uma faixa vermelha as regiões do país que estão em “perigo”. Parte delas faz fronteira com o Rio Grande do Sul.

Nuvem de destruição

De acordo com o ministério argentino, a nuvem se movimentou por quase 100 km em um dia devido às altas temperaturas e ao vento. Imagens divulgadas pela pasta e pelo Senasa mostram a chegada da nuvem a Santa Fé e a destruição causada pelos insetos em uma lavoura de milho, ainda em maio, em uma localidade da província de Formosa. Veja o vídeo:

Em outra postagem, o Senasa mostra o prejuízo causado pela nuvem de gafanhotos em lavouras de milho e mandioca. “Notamos a presença de uma nuvem de gafanhoto do Paraguai, em Colonia Santo Domingo, na cidade do General Manuel Belgrano, Formosa. Vamos avaliar a densidade da população da peste e os danos causados ao milho e à mandioca.”

O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar ressalta que os gafanhotos podem causar danos às culturas e aos pastos, mas não às pessoas. “Eles podem causar danos às culturas e aos pastos, mas não constituem um risco para as pessoas”, disse, em um comunicado.

Segundo especialistas, o fenômeno da nuvem de gafanhotos, geralmente, surge quando ocorre um aumento exagerado na quantidade dessa espécie em determinada região. O aumento populacional dos gafanhotos está ligado a mudanças climáticas. Em excesso e com fome, eles se aglomeram e se deslocam para procurar alimentos.

Segundo a Emater do Rio Grande do Sul, ainda não há protocolos estabelecidos para o controle da nuvem de gafanhotos, já que é uma situação nova para todos na região. E, caso os insetos avancem pelas culturas locais, não devem oferecer grandes prejuízos, já que o RS está na entressafra, o intervalo entre uma safra e outra. Nesse período, os gafanhotos encontrariam apenas pequenas áreas de campo nativo, que são culturas de alimentos para animais.

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