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Bolsonaro recebe governadores e promete “a verdade sobre a Amazônia”

Em embate com líderes estrangeiros, presidente do Brasil prometeu que vai transmitir pela web, ao vivo, reunião com os gestores da região

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Bolsonaro no Alvorada, 26/08
1 de 1 Bolsonaro no Alvorada, 26/08 - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

Quatro dias após autorizar o emprego das Forças Armadas no combate aos incêndios na região Norte do país e horas após decidir recusar ajuda de 20 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões) oferecida pelo G7, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebe nesta terça-feira (27/08/2019) os nove governadores de estados que formam a Amazônia Legal para uma reunião em Brasília.

O encontro está marcado para as 10h e, segundo anunciou Bolsonaro pelo Twitter, será transmitido ao vivo pela internet, para revelar “a verdade sobre o que os outros querem com essa rica região. Será um João 8:32 imperdível”, está escrito no perfil do presidente, referindo-se à passagem bíblica do Evangelho de João, que diz: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

A postagem de Bolsonaro é mais um capítulo da disputa midiática que o presidente do Brasil tem mantido com críticos, principalmente o mandatário francês Emmanuel Macron, em relação ao combate aos incêndios na Amazônia. “O que eles querem lá?”, questionou o presidente nessa segunda-feira (26/08/2019), falando sobre a ajuda oferecida pelos países do G7 (grupo das maiores economias do mundo) para ajudar na crise ambiental.

Na noite dessa segunda-feira (26/08/2019), o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que o governo vai rejeitar a oferta do grupo, anunciada pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

“Talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa”, ironizou o ministro ao Blog do Camarotti, no G1.

Pouco depois, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República confirmou a informação de Onyx.

Após Macron sugerir, também na segunda-feira (26/08/2019), que seria necessário discutir a implantação de um “status internacional” para a região amazônica – que o Brasil divide com outros países sul-americanos -, outras autoridades brasileiras, como o chanceler Ernesto Araújo, reagiram no mesmo tom usado pelo presidente. “O Brasil não aceitará nenhuma iniciativa que implique relativizar a soberania sobre o seu território, qualquer que seja o pretexto e qualquer que seja a roupagem”, escreveu, no Twitter, o ministro das Relações Exteriores.

Mostrando que a disputa de discursos é pelo menos tão importante quanto as ações de combate ao fogo, o chanceler escreveu na rede social logo após sair de uma reunião de emergência com Bolsonaro na tarde de segunda, da qual também participaram os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Sergio Moro (Justiça), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), e o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. “Sobre a Amazônia brasileira fala o Brasil”, adicionou o porta-voz.

Reunião
Apesar da guerra de palavras, os governadores que estarão nesta terça-feira (27/08/2019) em Brasília esperam tratar das ações de combate ao fogo. De acordo com o Ministério da Defesa, todos os nove estados que compõem a Amazônia Legal tiveram a Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA) autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.

A partir da demanda, Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins planejarão as ações de apoio das Forças Armadas às iniciativas em andamento de combate aos focos de incêndio na região. Desde sábado (24/08/2019), há aviões da Força Aérea ajudando no combate aos focos de incêndio.

Apesar de Bolsonaro ter questionado os motivos dos líderes do G7 ao oferecer ajuda financeira e prometido contar “a verdade”, subordinados, como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disseram que o Brasil não deverá se negar a receber a verba anunciada. “Todo tipo de ajuda é muito bem-vinda”, disse Salles na segunda (26/08/2019).

Mais tarde, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, pouco depois de o Planalto confirmar que recusaria o valor oferecido pelo G7, Salles insistiu: quer o dinheiro europeu.

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