Votação da prisão em 2ª instância corre risco de atrasar sem novo PGR
O presidente do Supremo, Dias Toffoli, pode colocar em julgamento somente após a escolha do nome para assumir o cargo
atualizado
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A demora do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em escolher o novo nome do procurador-geral da República (PGR) pode atrasar importantes julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), como a discussão sobre a prisão depois da condenação em segunda instância. Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, o presidente da Corte, Dias Toffoli, vai aguardar a decisão final para dar andamento às pautas penduradas.
Não há prazo para a escolha de Bolsonaro. Apesar de o mandato da atual procuradora, Raquel Dodge, encerrar em setembro, o chefe do Executivo pode optar por um interino até se decidir sobre o assunto.
Dodge tem apoio dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), para permanecer no caso. No entanto, a atual PGR é vista com desconfiança no entorno do mandatário do país pelo histórico de atuação em defesa de causas ambientais e de minorias, temas que entram em conflito com Jair Bolsonaro.
O presidente tinha a intenção de anunciar o nome até 17 de agosto, um mês antes do fim do mandato de Raquel Dodge, mas ainda não tomou a decisão. Aliados têm dito que vai demorar para Bolsonaro bater o martelo por não simpatizar com nenhum candidato.
Nesse sábado (31/08/2019), o chefe do Executivo voltou a comentar a mudança de comando na PGR e aproveitou para criticar nomeações recentes que ele atribuiu à atual chefe do órgão. De acordo com o mandatário da República, as indicações de cargos para depois do dia 1º de outubro é uma forma de aparelhamento da PGR pela procuradora.
“Para depois, a pessoa que eu nomear não poder mexer. Mas vai [mexer], eu quero um PGR que tenha a bandeira do Brasil”, disse, ao bater no peito esquerdo, no Palácio da Alvorada. Entre as possíveis escolhas de Bolsonaro estão os subprocuradores Augusto Aras e Antônio Carlos Martins Soares.