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STF julga afastamento de ministro do TCU acusado de tráfico de influência

Segundo a denúncia, Aroldo Cedraz teria agido para beneficiar empreiteira em processos relacionados à licitação da Usina Angra 3

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro Aroldo Cedraz
1 de 1 Ministro Aroldo Cedraz - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar, nesta terça-feira (10/09/2019), o julgamento que avalia a possibilidade de afastar Aroldo Cedraz do cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), por tráfico de influência. A ação tem como base uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e envolve ainda o filho de Cedraz, Tiago Cedraz Leite Oliveira, e outras duas pessoas.

A análise do caso teve início em agosto, tendo a fase de sustentação oral e o voto do relator, ministro Edson Fachin – que foi a favor do afastamento do ministro do TCU até o parecer final da ação penal. Para ele, Cedraz atuou em benefício de seu filho, o advogado Tiago. A expectativa é de que os outros magistrados comecem a proferir a sequência de votos nesta tarde.

Caso
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) em outubro do ano passado, o ministro e seu filho, o advogado Tiago Cedraz, teriam praticado tráfico de influência ao receber dinheiro da empresa UTC Engenharia para beneficiar o grupo em processos relacionados à licitação da Usina Angra 3 em análise no tribunal.

De acordo com o MPF, a combinação de preços teria causado prejuízos à Administração Pública Federal. O montante do contrato correspondia a R$ 3,2 bilhões.

A acusação foi estruturada com base na delação premiada do executivo Ricardo Pessoa, da UTC. Segundo o MPF, Pessoa e Tiago Cedraz teriam firmado um esquema em 2012, com pagamentos realizados de maneira parcelada até 2014. Registros de viagem e informações obtidas no escritório do advogado reforçaram a tese da procuradoria.

Aroldo Cedraz teria atuado, de acordo com a denúncia, para atrasar o julgamento, com manobras como pedidos de vista. A defesa do ministro argumenta que uma sindicância feita pelo próprio TCU não encontrou provas de que o ministro tenha praticado tráfico de influência.

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