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Petrobras pede para ouvir Fernando Moura, lobista ligado ao PT

A sindicância da estatal petrolífera quer apurar denúncias feitas na delação premiada de Fernando Moura, próximo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu

atualizado

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fernando moura
1 de 1 fernando moura - Foto: Reprodução

A Petrobras informou ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na primeira instância, que instalou uma Comissão Interna de Apuração para investigar possíveis irregularidades nos contratos firmados entre a própria companhia e as empresas Hope Recursos Humanos e Personal. A sindicância da estatal petrolífera quer apurar denúncias feitas na delação premiada do lobista Fernando Moura, ligado ao PT e ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (governo Lula).

A comissão de apuração da estatal quer ouvir Fernando Moura. “A Petrobras entende ser fundamental que Fernando Antônio Hourneaux de Moura manifeste-se no âmbito da sua comissão”, argumentam os advogados René Dotti e Alexandre Knopfholz, em petição ao juiz Moro. O magistrado autorizou o depoimento de Moura à Comissão Interna de Apuração da Petrobras. O juiz da Lava Jato determinou que as declarações sejam feitas por escrito, nos autos, no prazo de 10 dias.

Delação
O lobista foi preso no dia 3 de agosto na Operação Pixuleco, 17ª fase da Lava Jato, que pegou também o ex-ministro Dirceu. Em troca de benefícios, o empresário fechou acordo de delação premiada. Moura foi solto nesta segunda-feira (2/11). Ele revelou que propina supostamente paga pela empresa Hope Recursos Humanos foi destinada a campanhas do partido nas eleições municipais em 2004. Segundo o empresário, 2% do contrato entre Hope e Petrobras iam para os Diretórios Regionais da legenda e 1% ia para ele próprio.

Moura envolveu ainda a empresa Personal em irregularidades na Diretoria de Serviços da Petrobras, quando a área era comandada pelo engenheiro Renato Duque – preso e já condenado a mais de 20 anos de prisão na Lava Jato.

O lobista declarou ainda que recebeu pagamentos de US$ 10 mil mensais pela indicação, em 2003, de engenheiro Renato Duque à diretoria de Serviços da Petrobras. A unidade é estratégica na estatal e se transformou em um dos maiores focos de corrupção e propinas desmantelado pela Lava Jato.

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