metropoles.com

Ministro manda à Justiça Eleitoral inquérito contra Kassab no caso JBS

Alexandre de Moraes, do STF, também decretou o arquivamento da investigação relativa ao deputado federal Fabio Faria (PSD)

atualizado

Compartilhar notícia

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Atual presidente do PSD, Gilberto Kassab
1 de 1 Atual presidente do PSD, Gilberto Kassab - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mandou a investigação com base na delação do grupo J&F sobre o secretário afastado da Casa Civil do governo João Doria (PSDB), Gilberto Kassab (PSD), à Justiça Eleitoral de São Paulo. Ele evocou o recente julgamento em que a Corte decidiu que casos de crimes comuns conexos com eleitorais devem ser remetidos à Justiça Eleitoral.

Alexandre ressaltou que “o investigado Gilberto Kassab não mais exerce o cargo de Ministro de Estado”. “Após o término das diligências, com a juntada aos autos das análises periciais e os demais elementos probatórios coligidos, será competência da Justiça Eleitoral apreciar a matéria, conforme definido em recente julgamento desta Corte Suprema, no Agravo Regimental no Inquérito nº 4435, onde foi mantida sua competência para julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe foram conexos.”

Em derrota para a Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal decidiu no dia 14 de março que crimes como corrupção e lavagem devem ser julgados na Justiça Eleitoral se estiverem relacionados a caixa 2 de campanha. O placar do julgamento foi apertado, por 6 votos a 5. O julgamento embasa a decisão de Alexandre.

O parecer da procuradora-geral, Raquel Dodge, sobre a investigação em torno de Kassab veio antes mesmo do julgamento, em fevereiro, e já considerava a possibilidade de envio à Justiça Eleitoral. Ela havia pedido para que o inquérito fosse remetido ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Segundo a chefe do Ministério Público Federal, por se tratar de um inquérito sobre possível “crime comum, de competência da Justiça Estadual, conexo com crime eleitoral”, o TRE deve “enviar para o juízo de primeiro grau competente”.

Nomeado secretário-chefe da Casa Civil pelo governador paulista João Doria (PSDB), Kassab se licenciou oficialmente do cargo no dia 4 de janeiro para se dedicar à defesa das investigações. Em acordo de delação premiada, o empresário Wesley Batista afirmou que Kassab recebeu uma mesada de R$ 350 mil da empresa entre 2010 e 2016, totalizando R$ 30 milhões, “em troca de eventual influência política futura em demandas de interesse da JBS”. Já o executivo Ricardo Saud disse que a empresa repassou outros R$ 28 milhões ao PSD pela suposta compra de apoio político acertada com o PT.

Nesse inquérito, a PF identificou pagamentos de R$ 23,1 milhões da JBS a Kassab, e disse ver indícios de lavagem de dinheiro, no entanto, pôs a versão dos delatores em xeque, pois há também indícios de que as empresas do ex-ministro teriam prestado serviços à holding.

Arquivamento
No mesmo inquérito, também se apurava suposto caixa dois ao deputado federal Fábio Faria (PSD), e o pai dele, o ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Mesquita (PSD). A procuradora-geral, no entanto, afirmou não ter encontrado indícios sobre os supostos repasses e pediu o arquivamento. O ministro Alexandre de Moraes acolheu o pleito e decretou o fim da investigação “sem prejuízo de requerimento de nova instauração perante o Supremo Tribunal Federal, na hipótese de surgimento de novos elementos”.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?