O líder na bolsa de apostas para assumir a diretoria da Polícia Federal é o atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, como revelou o Metrópoles nesta quinta-feira (23/03).
Próximo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde as eleições de 2018, quando assumiu a sua proteção após a facada em Juiz de Fora, o delegado da Polícia Federal conta com dois trunfos: apoio da família presidencial e confiança de seus pares na corporação.
No entanto, policiais federais, alguns sob anonimato, outros não, destacam que o discurso de Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, ao deixar o cargo pode complicar essa possibilidade.
Isso porque, ao anunciar a sua demissão, ele acusou o presidente da República de querer mudar a estrutura da polícia para poder interferir em seu trabalho e obter “relatórios de inteligência” internos. Como Moro destacou, esse não é o papel da PF.
“Essa fala do ministro deixa um problema para o próximo diretor. Como ele vai lidar com o fato de que as pessoas podem interpretar que ele está lá para fazer esse trabalho?”, questionou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais Luís Antônio Boudens.
Pessoas próximas a Ramagem, entretanto, destacam que a relação pessoal entre ele e Bolsonaro pesaria a favor de um aceite. “O colega respondeu que um pedido pessoal fica difícil de recusar”, destacou um funcionário próximo ao atual chefe da Abin.