Advogado que chamou STF de vergonha acusa Lewandowski de abuso

Detido por algumas horas e investigado pela Polícia Federal por suposta injúria ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Ricardo Lewandowski, em 2018, o advogado Cristiano Caiado de Acioli teve o inquérito arquivado e agora quer que o magistrado seja investigado.

Acioli ficou célebre ao fazer críticas ao STF quando encontrou o ministro Lewandowski em um voo comercial de São Paulo para Brasília, em dezembro de 2018. “Ministro, o Supremo é uma vergonha. Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo vocês”, disse o advogado, enquanto filmava o ministro. (Re)veja a cena:

O ministro chamou a Polícia Federal e Acioli foi levado a uma sala do órgão quando o avião chegou a Brasília, após fazer um discurso sobre liberdade de expressão aos demais passageiros.

Ele foi mantido no local por algumas horas, teve o depoimento registrado e foi investigado. O inquérito, que investigou se ele havia desacatado Lewandowski, foi arquivado pelo juiz federal Francisco Codevilla, de Brasília, em 2019.

Em conversa com o Metrópoles, ele conta que o episódio que acabou lhe dando alguma fama tem lados positivo e negativo. “Eu passei ter um pouco de pânico, ansiedade ao viajar de avião, a minha carreira de advogado ficou comprometida”, relata. “O lado positivo foi poder ter dado voz a uma angústia que era da sociedade. E poder compartilhar e ser ouvido sobre as minhas ideias e opiniões sobre o país”.

Agora, Acioli protocolou no STF um pedido de desarquivamento desse inquérito “para apuração da prática em tese do crime de abuso de autoridade” pelo ministro e pelos agentes que o mantiveram detido.

O ministro não se manifestou sobre a ação proposta.

Acioli disse ainda que o objetivo de sua iniciativa é mostrar que ninguém está acima da lei. “E se o Lewandowski quiser me pedir desculpas pessoalmente eu estou inclinado a aceitar”, afirma.

Veja abaixo a íntegra do documento protocolado no Supremo esta semana:

Notícia-Crime – STF – Cristiano Acioli – Desarquivamento – Fatos Novos (cópia) by Raphael Veleda on Scribd