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Justiça mantém prisão preventiva de ex-presidente da Petrobras

Desembargador considera que Aldemir Bendine poderia ocultar provas e fugir do país. Ele é acusado de receber propina de Marcelo Odebrecht

atualizado

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Valter Campanato/ Agência Brasil
Valter Campanato/ Agência Brasil
1 de 1 Valter Campanato/ Agência Brasil - Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, manteve a prisão preventiva do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine. A decisão foi tomada em julgamento realizado nesta terça-feira (26) pela 8ª Turma do tribunal.

Bendine presidiu o Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, e a Petrobras até maio de 2016. Em delação feita pelos ex-diretores da Odebrecht Marcelo Odebrecht e Fernando Ayres da Cunha Santos, ele foi citado como um dos beneficiários de pagamento de vantagens indevidas.

“Além do rastreamento desse dinheiro, outro fator que levou à decretação da preventiva do ex-presidente da Petrobras foi a compra de uma passagem só de ida para Lisboa, o que foi visto pelo Ministério Público Federal (MPF) como um indicativo de fuga, visto que o investigado também tem cidadania italiana”, informou o TRF4.

No pedido de habeas corpus, a defesa do ex-presidente da Petrobras alegou que não estão presentes os requisitos para a prisão preventiva. Para os advogados, as provas se baseiam apenas na palavra dos delatores e fazem referência a fatos antigos. Eles apresentaram documentos, como seguro de saúde viagem, reservas em hotéis e passagens de retorno, para comprovar que Bendine voltaria ao Brasil e estaria apenas de férias.

O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos casos da Lava Jato no tribunal, ressaltou em seu voto que Bendine assumiu como dirigente da Petrobras em meio às investigações e nem isso o desencorajou de persistir na prática criminosa. O magistrado ressaltou que a manutenção da prisão preventiva do ex-presidente da Petrobras é importante para evitar a ocultação de provas.

“A medida [manutenção da prisão], além de prevenir o envolvimento do investigado em outros esquemas criminosos, também terá o salutar efeito de impedir ou dificultar novas condutas de ocultação e dissimulação do produto do crime, já que este ainda não foi recuperado”, afirmou Gebran.

Na mesma sessão de julgamento, os desembargadores mantiveram também as prisões preventivas dos empresários e irmãos Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e André Gustavo Vieira da Silva, sócios da empresa de publicidade Arcos. De acordo com os autos do processo, ambos atuaram como operadores financeiros de Bendine.

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