metropoles.com

Instituto Cerrados pretende criar Liga das Savanas em âmbito mundial

Para ampliar a rede de contatos, o grupo pretende aproveitar a próxima Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Água

atualizado

Compartilhar notícia

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto colorida de área de cerrado desmatada para plantio no município de Alto Paraíso - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de área de cerrado desmatada para plantio no município de Alto Paraíso - Metrópoles - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Instituto Cerrados e outras entidades que têm como pauta a defesa do bioma se articulam para criar a Liga das Savanas. O fundador do instituto, Yuri Salmona, informou que o grupo funcionará como um colegiado e que a intenção é receber adesão de representantes de vários países.

Salmona disse que uma das prioridades é a aproximação da China e de países da União Europeia, além de outros interlocutores, para que a liga estimule discussões sobre os critérios adotados na compra de commodities, como a soja e o milho produzidos no Brasil. Para ampliar a rede de contatos, o grupo pretende aproveitar a próxima Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Água.

“Todo mundo consome, seja carne, seja algum produto que tenha soja, e não sabe se esse produto veio de uma área desmatada do Cerrado. Então, a gente precisa fortalecer essa rastreabilidade”, afirmou o pesquisador à Agência Brasil.

Segundo Salmona, o instituto já tem se reunido com autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública para fomentar debates nesse sentido. Ele destaca que o projeto de criação da liga ainda está em fase inicial e que um dos primeiros passos, fundamental, era a publicação do artigo que demonstra que o Cerrado pode perder 33,9% do fluxo dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. A síntese da pesquisa, feita com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), foi divulgada na revista científica internacional Sustainability.

Cerrado e Amazônia

Para Salmona, é essencial que haja o mesmo grau de comprometimento e efetividade quanto às ações de proteção ao Cerrado e à Amazônia. Um dos termômetros para isso é a elaboração e execução do plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas no Cerrado, mais conhecido como PPCerrado. “Quando a gente fala de desmatamento no Brasil, está falando massivamente de Cerrado e Amazônia”, diz. “Não que os outros [biomas] não mereçam atenção. Merecem, mas perceba que dois componentes trazem a imensa maioria do fenômeno.”

A interdependência entre os dois biomas é outro aspecto que ganha ênfase na fala de Salmona. “Para começar, não existe Amazônia sem Cerrado. Grande parte [da água] que corre no Rio Amazonas nasce nas cabeceiras do Cerrado”, lembra.

“A gente tem um conjunto de ações de proteção da Amazônia que não são replicadas no Cerrado. O que acontece? Acaba ocorrendo um efeito de fuga, de vazamento da intenção do desmatamento da Amazônia para o Cerrado, e a gente tem que proteger a Amazônia, sim, e o Cerrado, na mesma medida. Não fazer isso significa que as pessoas não entenderam a importância do Cerrado para elas e para a própria Amazônia”, finaliza.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?