A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias Alemãs (BDI, em alemão) e a Comissão da Indústria Alemã para a América Latina (LADW, em alemão) apresentaram, nesta segunda-feira (30/1), uma declaração conjunta com cinco prioridades das indústrias do Brasil e da Alemanha.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reunião nesta segunda em Brasília com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
O documento propõe cinco prioridades “que poderão levar as relações comerciais e econômicas bilaterais ao próximo nível”, segundo as entidades.
O primeiro ponto é concluir o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, tratado pelo governo Lula como prioridade, para instituir uma zona de comércio livre moderna, de mais de 717 milhões de pessoas, 20% da economia mundial e 31% das exportações mundiais de bens. Além disso, as entidades ressaltam que o acordo deverá trazer também regras ambientais e compromissos em matéria de ação climática.
O documento também aponta a modernização do plano de ação da parceria estratégica entre a Alemanha e o Brasil como uma prioridade. Entre os itens destacados estão descarbonização, digitalização/Indústria 4.0, segurança cibernética, inteligência artificial e eletrificação inteligente.
O terceiro destaque demanda que haja negociações para um novo e moderno Acordo Bilateral para Evitar a Dupla
Tributação (ADT).
“Encorajamos os governos brasileiro e alemão a iniciarem as negociações com o objetivo de concluir um Acordo Bilateral para Evitar a Dupla Tributação renovado e alinhado às melhores práticas internacionais, usando o recente acordo Brasil-Reino Unido como referência para as três provisões mencionadas anteriormente.”

O encontro entre Lula e Olaf ocorreu no Palácio do PlanaltoVinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Lula recebeu, nesta segunda-feira (30/1), o primeiro-ministro e chanceler da Alemanha, Olaf ScholzVinícius Schmidt/Metrópoles
Em quarto lugar, as entidades propõem priorizar o avanço do Brasil a caminho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entre as propostas, estão aumentar a coerência regulamentar, econômica,
tributária, ambiental, tecnológica e política entre as economias mundiais mais relevantes.
Por fim, a prioridade seria promover iniciativas bilaterais de digitalização e da Indústria 4.0. As entidades afirmam que as iniciativas devem abordar tópicos como tecnologia 5G, segurança cibernética e transição energética sustentável.
Veja o documento na íntegra:
Declaração Conjunta Brasil-Alemanha – Português by Júlia Portela on Scribd
Visita do primeiro-ministro da Alemanha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, na tarde desta segunda-feira (30/1), no Palácio do Planalto, o primeiro-ministro e chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.
A visita de Olaf Scholz ocorre quase um mês após a do presidente da Alemanha, Franz-Walter Steinmeyer, por ocasião da posse de Lula, em 1º de janeiro.
A Alemanha é o quarto país que mais exporta para o Brasil. Em 2022, a corrente de comércio bilateral superou US$ 19 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 6,3 bilhões, importações de US$ 12,8 bilhões e superávit alemão de US$ 6,5 bilhões.