Ibram avalia danos do tornado em museu de São Miguel das Missões (RS)
A instituição histórica teve suas paredes de alvenaria derrubadas e as paredes de vidro quebradas. Os estilhaços atingiram algumas peças do acervo, que está abrigado na casa do zelador do local
atualizado
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O tornado que passou por São Miguel das Missões (RS) na noite de domingo (24/4), destruiu o Museu das Missões projetado pelo arquiteto Lúcio Costa nos anos 1930. Às 19 horas desse dia, o voluntário que abre e fecha as portas da instituição abrigou-se no interior do museu e testemunhou uma cena apocalíptica, com peças sacras missioneiras voando e o telhado sendo derrubado pela forte rajada de vento que passou pela cidade no noroeste do Rio Grande do Sul.
Na terça-feira (26/4), o presidente do Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), Carlos Roberto Brandão, esteve no local para fazer um levantamento preliminar dos prejuízos causados pela passagem do tornado e tomar as providências para abrigar o acervo, que chega a quase a um quinto das peças missioneiras catalogadas (500).
A passagem do tornado destelhou 70 casas do município e um hospital, atingindo cidades próximas como Rincão dos Moraes, onde uma casa foi arrancada do solo e um carro voou para o campo com a força do fenômeno. Em Missões, o museu teve suas paredes de alvenaria derrubadas e as paredes de vidro quebradas. Os estilhaços atingiram algumas peças do acervo, que está parcialmente abrigado na casa antes ocupada pelo zelador do local. As peças maiores, segundo o presidente do Ibram, foram levadas para um hotel da cidade temporariamente.“Estamos providenciando o restauro das peças atingidas e vamos montar um laboratório para que os restauradores possam trabalhar”, garantiu Brandão, que deve pedir à Casa Civil da Presidência da República uma verba emergencial para as obras de recuperação do museu e restauro das peças.
Os danos foram grandes, pois os estilhaços penetraram nas peças de madeira, 83 imagens missioneiras
Carlos Roberto Brandão
Brandão esteve reunido com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, que, segundo ele, ficou “sensibilizado” com a situação do museu. “O tornado revelou que as esquadrias estavam enferrujadas e que será preciso providenciar sua substituição, além das telhas coloniais destruídas com a passagem do tornado.”