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Governo federal usa banco de dados falho para monitorar violência

O Sinesp recebe críticas de especialistas em segurança pública porque os dados não são padronizados e, muitas vezes, estão incompletos

atualizado

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Black and white, woman pointing old gun to front
1 de 1 Black and white, woman pointing old gun to front - Foto: ISTOCK

O sistema público de informações usado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, para embasar declarações recentes sobre redução dos índices de homicídio no país não obedece a critérios básicos de padronização estatística, é o que informa reportagem publicada neste sábado (06/07/2019) pelo jornal Folha de S. Paulo.

Criado há sete anos com custo de cerca de R$ 200 milhões, o Sistema Nacional de Informações da Segurança Pública (Sinesp) foi citado pelo ministro em rede social em junho para dizer que os “crimes [estão] caindo em todo país, 23% de homicídios a menos”.

O Sinesp, que é alimentado pelas secretarias de segurança pública, recebe críticas de especialistas da área porque os dados não são padronizados, nem fiscalizados em relação ao modo como são coletados. A plataforma contém informações genéricas e, muitas vezes, incompletas.

Por serem baseadas nos tipos de crimes mencionados no Código Penal, as categorias em que os delitos são classificados não permitem especificar derivações importantes do ponto de vista estatístico – como, por exemplo, feminicídios e mortes decorrentes de confrontos policiais. “Até o momento, não temos como confiar no Sinesp como sistema de informações”, disse Daniel Cerqueira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e coautor do Atlas da Violência, à Folha de S. Paulo.

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