GO: Justiça condena ginecologista a 35 anos por estupro de pacientes

Decisão é referente a quatro abusos de três mulheres, mas Nicodemos Júnior também foi denunciado por crimes sexuais contra outras 37

Laura Braga
Compartilhar notícia

Goiânia – O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi condenado a 35 anos e 11 meses de prisão por abusar sexualmente de pacientes. A defesa sempre negou os casos e a decisão ainda cabe recurso.

A condenação foi emitida em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, e assinada pelo juiz Marcos Boechat nesta quarta-feira (6/4). O documento se refere a quatro casos de estupro de vulnerável cometidos contra três mulheres, que eram pacientes do médico.

1/7
Ginecologista suspeito de crimes sexuais se defendeu em entrevista para a TV Anhanguera
Ginecologista suspeito de abusos em entrevista para uma rádio de Anápolis (GO) em 2019
Médico chegou a ser condenado por abuso de 2018
Polícia Civil ouviu cerca de 50 vítimas de ginecologista suspeito de violação sexual
Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude

Conforme a decisão judicial, Nicodemos também foi condenado a pagar indenização por danos morais a duas das vítimas, no valor de R$ 20 mil para cada uma. O médico teve negado também o direito de recorrer em liberdade, razão pela qual segue em prisão preventiva.

Mais de 50 vítimas

Após força-tarefa organizada pela Polícia Civil de Goiás, que teve o trabalho de psicólogos e profissionais de saúde, foram empreendidas várias diligências. Foram ouvidas as mais de 50 vítimas que compareceram na delegacia, bem como testemunhas e demais documentos probatórios contra o ginecologista.

O médico é investigado por abusos durante atendimentos em, pelo menos, 54 vítimas de Abadiânia, Anápolis, Goiânia e Pirenópolis.

Mulheres relataram à polícia abordagens inapropriadas, contato físico indevido, mostraram conteúdos de mensagens trocadas com o médico e uma delas chegou a relatar uma proposta feita por ele de realizar uma cirurgia em troca de relação sexual.

Prisão

ginecologista está detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia, desde 8 de outubro do ano passado. Ele chegou a ser preso no dia 29 de setembro, em razão das primeiras três denúncias, mas foi solto pela Justiça no dia 4 de outubro e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Com o registro de novos casos, Nicodemos foi preso novamente quatro dias depois.

O médico já foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por 22 casos de estupro de vulnerável, 22 casos de violação sexual mediante fraudes e 9 casos de assédio sexual. Após decisão do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Nicodemos teve o registro profissional interditado por seis meses, podendo ser prorrogado por igual período. Com isso, ele está impedido de exercer a medicina no país.

Compartilhar notícia
Sair da versão mobile