Frota diz que Boulos é “agente imobiliário de invasões” e “prega o caos”
Apesar de críticas ao candidato do PSol a prefeito, parlamentar tucano diz que construiu ótima relação com esquerda e elogia Molon e Freixo
atualizado
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São Paulo – O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) tem confiança na vitória do aliado Bruno Covas na eleição para prefeito da capital paulista, porque acredita que a maior parte da população da cidade verá que o adversário Guilherme Boulos (PSol) “agora usa camisa branca, fala em paz e esperança”, mas seria “um lobo em pele de cordeiro”.
“Apesar de ser líder dos sem-teto, ele tem um teto [de votos]”, prevê Frota em conversa com o Metrópoles, na qual falou com carinho de alguns nomes da esquerda, mas fez duras críticas a Boulos.
“Ele promove a desordem social, ele prega a desobediência civil, o caos, o pânico. Ele na verdade é um corretor imobiliário de invasões, que ele malandramente apelidou de ocupações, mas nunca foi esperança pra nada”, avalia o deputado. “E hoje está no PSol hoje porque ficou com vergonha do PT pelo que o PT fez com o Brasil. Mas o PT é a casa real dele.”
“O Boulos fala que o Bruno Covas tem vergonha do padrinho dele, que é o [João] Doria. O Bruno não tem porque ter vergonha do padrinho, porque nunca foi visitar o padrinho na sede da Polícia Federal, ao contrário do Boulos”, provoca ainda o deputado, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Frota, “Boulos não vai vencer essa eleição porque o trabalho e a verdade vão prevalecer. A gente precisa de democracia, de paz. Aliás, paz aqui e Paes no Rio de Janeiro”, afirmou ainda o parlamentar tucano, aproveitando para fazer campanha para o candidato do DEM contra Marcelo Crivella (Republicanos) – partido que anunciou apoio a Covas no segundo turno em São Paulo.
Uma outra esquerda
Apesar de não gostar de Boulos, Frota admite que sua votação na capital paulista é reflexo de um novo momento da esquerda, e até fala bem de alguns nomes desse campo. “Acho que a esquerda acordou. Desde que o Bolsonaro ganhou as eleições, a esquerda estava praticamente morta, adormecida, com o discurso quadrado. Mas tem uma nova esquerda que se moderniza e se reformula. Com certeza não é o Boulos, mas tem”, avalia.
“Com certeza tem nomes da esquerda íntegros, pessoas com educação, inteligência, cultura”, afirma Alexandre Frota. “O Alessandro Molon [deputado federal do PSB-RJ] é um nome que gosto muito, o Marcelo Freixo [deputado federal pelo PSol-RJ], a Natalia Bonavides [deputada do PT-RN], a Tabata Amaral [PDT-SP]… Enfim, tem nomes que não exercem esse radicalismo”, analisa o deputado.
“Eu abri diálogo com a esquerda e tenho bons amigos lá. Participei de muitas coisas junto com a esquerda, ela trabalhou bastante no último ano. Participei da Comissão da Cultura, presidida pela Benedita [da Silva, do PT-RJ] e fui muito feliz ali dentro. Na CPMI das Fake News também trabalhei com eles. Meu processo de trabalho com a esquerda foi bom. Tivemos nossas diferenças, mas abrimos diálogos. Diferente da direita ideológica radical do bolsonarismo, da qual eu saí já em fevereiro de 2019”, relata Frota na conversa com o Metrópoles.
Para ele, que trocou o PSL pelo PSDB ainda em 2019, entre os bolsonaristas radicais “não há diálogo, não há compreensão, não há parceria. Tanto que nada fizeram e passaram essa temporada toda brigando e se apunhalando pelas costas, uma produção ridícula nessa legislatura”.