Exército vai apurar envolvimento de militar em tráfico de armas no DF
Segundo o Comando Militar do Planalto, o suspeito trabalha no 11º Depósito de Suprimento. Um inquérito policial militar será instaurado
atualizado
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O Comando Militar do Planalto (CMP), unidade do Exército Brasileiro, confirmou que é militar da ativa um dos presos na Operação Shooter, deflagrada na sexta-feira (23/3) para desarticular uma organização criminosa de tráfico de armas e munições. A identidade dele, contudo, será mantida em sigilo.
Segundo o CMP, um inquérito policial militar será instaurado para apurar o caso. De acordo com o Código de Processo Penal Militar, a investigação deve ser concluída em 20 dias caso o alvo suspeito esteja detido. O membro da tropa atua no 11º Depósito de Suprimento, sediado em Brasília.
Outras duas pessoas presas são ex-soldados dispensados e licenciados por término do tempo de serviço. Por outro lado, Mauro de Souza Ferreira, apontado como um dos líderes da quadrilha, foi desligado do serviço militar “por excesso de contingente” – ou seja, não chegou a servir, de acordo com nota encaminhada ao Metrópoles.O diretor da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), delegado Adriano Valente, disse que Ferreira atuava como uma ponte entre os colecionadores e os criminosos: “Trata-se de um comerciante do submundo. Procurava quem queria vender e repassava a quem queria comprar”.
O Comando ainda ressaltou que o Exército Brasileiro “encontra-se em perfeita sintonia com os órgãos de segurança pública do DF, que conduzem o inquérito civil, para a completa elucidação dos fatos”.
Reitera-se que o Exército Brasileiro não admite condutas que afrontem seus valores e princípios morais, sustentáculos da nossa Força
Trecho da nota do Comando Militar do Planalto
Prisões
No total, 25 pessoas foram presas pela Polícia Civil. Outro investigado também seria integrante das Forças Armadas. Dos cinco, dois foram apontados como colecionadores responsáveis por terem adquirido e revendido munições de armas de uso restrito.
Os agentes encontraram e apreenderam: três pistolas (duas de calibre .9mm, outra .380); um rifle calibre .44; um revólver .38; além de munições – até mesmo a 7.62, usada em fuzis. Os equipamentos eram utilizados no Distrito Federal e no Entorno.
Assessor parlamentar
Outro alvo da operação foi Robson Pereira da Rocha Silva, assessor parlamentar do deputado federal José Otávio Germano (PP-RS). Segundo o delegado, ele foi preso por ter vendido uma arma de forma ilegal para um dos investigados na operação e, na sexta-feira (23/3), outro equipamento foi encontrado na residência dele. A defesa negou envolvimento com a quadrilha.
O deputado federal José Otávio Germano confirmou, por meio de nota, que Robson é seu funcionário. Declarou, ainda, ter “total confiança” nele e acreditar que “tudo será resolvido”.