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Ex-juiz Roberto Caldas escreve para babá: “Você fode muito quente”

Registros de conversas entre advogado acusado de agredir esposa e assediar funcionárias revelam encontros entre o jurista e a empregada

atualizado

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Percurso da Cultura/Divulgação
Juiz Roberto Caldas agressão
1 de 1 Juiz Roberto Caldas agressão - Foto: Percurso da Cultura/Divulgação

Se, por um lado, o ex-juiz Roberto Caldas mantinha um relacionamento agressivo e violento com a ex-mulher, a estudante Michella Marys, por outro, deixava o conhecido temperamento sóbrio das togas de lado para alimentar um trato pervertido com uma de suas empregadas.

Antigos prints de WhatsApp guardados pela babá e atribuídos ao jurista, aos quais o Metrópoles teve acesso, revelam a existência de encontros sexuais com uma das funcionárias que tomava conta dos filhos de Caldas, a terceira da casa, identificada apenas como “Luana”. Uma outra, a quarta trabalhadora, também com o mesmo nome, deixou a residência porque teria sido assediada, segundo ex-empregados. O material está em poder da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), da Polícia Civil do Distrito Federal, e no processo que corre na Vara de Família sobre a separação do casal.

A reportagem já havia noticiado que o renomado defensor das causas humanitárias assediou sexualmente, segundo as denunciantes, outras duas funcionárias da casa da família. Neste terceiro caso, após o assédio do patrão, a relação passou a ser consentida entre ele e a então empregada. “Acordei tão bem hoje”, registrou o ex-juiz e advogado trabalhista. “Foi [?] Que bom. Tb [também]”, respondeu a trabalhadora. “Com uns peitões bem na minha cara”, continuou o jurista, com emojis.

A reação do advogado ocorreu após a babá ter enviado imagens dos próprios seios ao patrão. “Foto linda”, elogiou Caldas. “Gosta de me comer?”, instiga a mulher. “Muito. Vontade de chupar”, responde o jurista. O bate-papo erótico entre Roberto Caldas e a empregada durou pouco mais de 5 minutos, mas, pelo teor da conversa, aparentava não ser o primeiro.

A conversa foi ilustrada com fotos sensuais da funcionária insinuando as partes íntimas, em pleno jogo de sedução entre os dois. “Você fode muito quente”, registra Roberto Caldas, logo após as imagens recebidas. “É, safado. Ah, delícia”, responde a babá, em tom de incentivo. “Vontade de enterrar todinha”, continuou ele.

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A conversa perde o tom erótico quando a babá corta o clima e questiona Roberto Caldas sobre a então patroa e esposa dele à época, Michella Marys. Após a pergunta fora de contexto, o jurista questiona a trabalhadora sobre o interesse. Imediatamente, ela continua: “O que vai fazer com ela?”, insiste. O advogado, contudo, resume a resposta com outro emoji de constrangimento.

Esse é apenas um dos trechos de uma série de conversas mantidas entre a ex-empregada e Roberto Caldas, obtidas pela reportagem. Em outro diálogo, desta vez entre a mesma babá e um antigo motorista da família, ela revela ao colega de trabalho uma fotografia na qual mostra grande quantidade de dinheiro – que, segundo ela, foi dada pelo ex-patrão como agradecimento pelos “favores”.

Reputação abalada
Depois que a revista Veja revelou, no sábado (12/5), as denúncias de agressões cometidas por Roberto Caldas contra Michella Marys, o Metrópoles divulgou, em primeira mão, o conjunto de áudios entregues à Polícia Civil do Distrito Federal, que investiga as queixas de agressão, violência, assédio e ameaça de morte.

Entre acusações de ex-empregadas, denúncias de violência contra a ex-esposa e até a confirmação de um ex-mordomo sobre a rotina agressiva dentro da família, o jurista foi afastado definitivamente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), na qual ocupava cargo ao qual foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O mandato de Caldas iria até novembro de 2018.

Além disso, o defensor teve suspensas as atividades no escritório de advocacia do qual era sócio. Em nota, a empresa oficializou o afastamento do jurista dos trabalhos do agora chamado Mauro Menezes & Advogados.

O desprestígio atual de Caldas motivou a Associação dos Magistrados do Distrito Federal (Amagis) a esclarecer que o defensor “nunca integrou os quadros da magistratura local nem nacional”. A entidade, assim, reforça que a atuação de Roberto Caldas não tem relação com a atividade jurisdicional no Brasil. O posto de juiz é referente apenas aos trabalhos que eram desempenhados no âmbito da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Outro lado
Procurado pela reportagem nesta quarta-feira (16/5), Roberto Caldas afirmou que se manifestará apenas nos autos.

A babá autora dos prints não foi localizada para comentar o caso.

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