“Eu não sou o Dilmo de calças compridas”, diz Bolsonaro sobre BC

O presidente afirmou ainda que precisou assinar o decreto orçamentário de 2019 para evitar "pedaladas" e impeachment

Natália Lázaro
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Ao declarar que não vai intervir no Banco Central (BC), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), disse não ser “o Dilmo de calças compridas”, em alusão à ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Porém, ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira (31/07/2019), o chefe do Executivo afirmou que torce pela redução da taxa básica de juros, a Selic.

“Cada 1% da taxa Selic são R$ 40 bilhões a mais que a gente gasta por ano. A gente torce, pô. Eu não vou influenciar lá”, comentou.

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve decidir nesta quarta (31/07/2019) a diminuição da taxa básica. A expectativa do mercado financeiro é que a tarifa seja reduzida para 6,25% ao ano.

A respeito do decreto de programação orçamentária, que autorizou o contingenciamento de mais R$ 1,44 bilhão em gastos no orçamento de 2019, Bolsonaro explicou que foi obrigado a tomar a decisão para evitar as “pedaladas” e impeachment, como ocorreu com Dilma.

“Eu não quero cortar ninguém. Sou um cara que não sou adepto a isso, mas um orçamento geralmente é superestimado, pessoal infla. Entre uma crítica e o impeachment, quer que eu prefira o quê? Eu tenho que fazer uma opção, cara. E a opção infelizmente é essa. Ontem [30/07/2019], discuti novamente um corte relativamente pequeno perto da monstruosidade do orçamento. Vou ser obrigado a fazer”, justificou.

O decreto foi publicado nessa terça-feira (30/07/2019) no Diário Oficial da União (DOU). Aos jornalistas, Bolsonaro afirmou que deve seguir a lei e, por isso, não pode ser comparado a um ditador. “Tem uma lei e eu tenho que seguir a lei. Não sou ditador, pô”, completou.

Após entrevista, Bolsonaro seguiu para Anápolis (GO), onde participa da cerimônia de assinatura do contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul.

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