Em São Paulo, manifestantes pedem saída de Doria e intervenção militar

Dezenas de pessoas ocuparam a Avenida Paulista, em frente à sede da Fiesp, protestar contra medidas para prevenir o alastro do coronavírus

Henrique Santiago
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São Paulo – Manifestantes estão na tarde deste domingo (14/3) à Avenida Paulista, na região central de São Paulo, para pedir o impeachment do governador João Doria (PSDB). O protesto é motivado pelo anúncio, na semana passada, de medidas mais restritivas para conter a Covid-19 no estado.

Vestidos de verde e amarelo, centenas de pessoas se reuniram em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e levantaram cartazes pela volta da “intervenção militar” com “Jair Bolsonaro no poder”.

Um grupo se  posicionou a favor do Ato Institucional nº 5, responsável pelo período de maior repressão na ditadura militar, a partir de 1969. Os militantes também pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas ações são inconstitucionais e proibidas pela Constituição Federal de 1988.

Muitos dos participantes do ato estavam sem máscara de proteção e não cumpriram o distanciamento social, medidas de segurança que previnem o contágio do novo coronavírus, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de Doria, o ex-presidente Lula (PT) foi alvo do protesto realizado na Avenida Paulista. O boneco pixuleco, uma miniatura com o petista vestindo roupa de presidiário, foi usado no ato. Na última semana, Lula foi STF de todas as acusações na Operação Lava Jato e poderá concorrer às eleições de 2022.

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Manifestantes protestam contra o governador João Doria (PSDB), em frente à sede da Fiesp na Avenida Paulista, região central de São Paulo, nesta tarde de domingo (14/3)
O pedido de intervenção militar foi uma das pautas levantadas
No entanto, algumas pessoas demonstraram carinho ao presidente Jair Bolsonaro
Bolsonaro foi lembrado no protesto que acontece na Avenida Paulista
Doria e Bolsonaro são desafetos políticos desde meados de 2019
Manifestantes vestem verde e amarelo
Bandeira do Brasil é símbolo nos protestos da direita
Bandeiras e cartazes com a frase "Fora Doria" são usados
Pessoas se aglomeram sem máscara de proteção
O distanciamento social é uma das recomendações para não contrair o vírus, mas isso não é visto no protesto
O ex-presidente Lula também é alvo de protestos
Fase emergencial em SP

A partir desta segunda-feira (15), o estado de São Paulo entra na fase emergencial para impedir o avanço da Covid-19. Isso significa que até os serviços essenciais, como supermercados, serão impactados com a recomendação de escalonamento de horário de entrada no trabalho dos funcionários.

Em razão da piora na pandemia, as aulas presenciais estão suspensas na rede estadual, bem como estão proibidos cultos religiosos e atividades esportivas, como jogos de futebol, por exemplo. A medida será válida até 30 de março.

O estado de São Paulo registrou 63.965 mortes e 2.195.130 casos de Covid-19 até sábado (14/3). A última semana foi a pior da história na pandemia na região, com média de 364 óbitos por dia.

Nesse momento, o estado está à beira de um colapso na saúde. De acordo com dados do governo,  87,6% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão ocupados. Na Grande São Paulo, região que contempla a capital, o percentual é ainda maior: 89%.

Até as 23h59 deste domingo, São Paulo permanecerá na fase vermelha do Plano São Paulo.

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