MDB dissolve diretório em MG para não ter candidato próprio
Deputados estaduais e federais emedebistas destituíram da direção o vice-governador Antônio Andrade, que queria disputar o governo
atualizado
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Com isso, os emedebistas abrem caminho para desistirem de uma candidatura própria ao governo e favorecem o governador Fernando Pimentel (PT), adversário político de Andrade. Três nomes do partido ainda se colocam como postulantes ao governo.
Segundo o novo presidente do MDB mineiro, deputado Saraiva Felipe, o principal objetivo da legenda será eleger uma grande bancada de deputados estaduais e federais. Para isso, o partido vai abrir negociação, tanto com Pimentel, quanto com o senador Antonio Anastasia, pré-candidato do PSDB ao governo.
A manobra favoreceu o grupo do MDB que já foi próximo de Pimentel. Desde que o processo de impeachment foi instaurado na Assembleia Legislativa, a relação entre emedebistas e petistas está estremecida. O grupo que está mais próximo de Antônio Andrade rejeita a possibilidade de se coligar com o PT.
A bancada emedebista não descarta a possibilidade de coligar com os petistas, mas o deputado federal Fábio Ramalho (MDB) afirmou que os pedidos foram feitos com o objetivo de dar mais liberdade de formação de coligação para o MDB.
Em carta, os parlamentares do MDB alegaram que Andrade “não busca construir um cenário eleitoral que, além de competitivo nas eleições majoritárias, possa viabilizar a eleição de expressivas bancadas”.
“O Antônio Andrade fala que quer levar a decisão da candidatura para a convenção, mas só está anotando os diretórios que votam nele”, declarou o deputado estadual, Iran Barbosa (MDB). Segundo ele, a ideia de dissolver o diretório estadual é unicamente para fortalecer a pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes.
O parlamentar explica que muitos diretórios que seriam leais a Adalclever Lopes teriam ficado de fora dos registros para a convenção. “Estamos tirando ele (Andrade) da presidência, para poder publicar o diretório de todo mundo e ir para o voto”, afirmou.
De acordo com os parlamentares, o estatuto do partido prevê a dissolução do comando do partido, caso mais da metade do diretório peça renúncia. Na quinta-feira, foi entregue ao presidente nacional do partido, Romero Jucá, um documento em que 55 dos 87 membros do diretório nacional, renunciaram.
No documento, foi indicada uma comissão para comandar o diretório mineiro da legenda. Por meio de nota, a diretoria estadual do MDB afirmou que não foi recebido nenhum pedido de renúncia de qualquer membro do diretório. Além disso, a estratégia foi classificada como “fraude”, já que não existiria no estatuto do diretório a previsão de dissolver a presidência do partido.
“Estes parlamentares estão interessados em uma nova aliança com o PT e não respeitam o desejo da maioria”, declarou a diretoria na nota.
Tucanos
Rivais históricos em Minas Gerais, os emedebistas sempre foram marcados por fazer oposição aos governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia.