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Haddad afirma temer pessoas que “sairão do porão” se Bolsonaro ganhar

Em sabatina, candidato do PT afirmou que regimes autoritários tentam criar fantasmas para vender “vacinas que não existem”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Haddad BSB 2
1 de 1 Haddad BSB 2 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência da República, Fernando Haddad, disse que, ao contrário do ex-adversário Ciro Gomes (PDT), não vai deixar o país se Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL e líder nas pesquisas de intenção de votos, vencer o pleito. Mas, em tom de brincadeira, o petista admitiu que também vai chorar, caso o adversário vença a disputa neste domingo (28).

Em sabatina no jornal O Globo, Haddad afirmou que mais do que a vitória de Bolsonaro, teme as pessoas que “sairão dos porões” se ele for eleito. “A gente tem medo do que vem com ele, ele próprio é um soldadinho de araque”, afirmou a jornalistas. “Eu vou lutar em qualquer circunstância, mesmo sendo ameaçado”, completou, afirmando não temer tanto o candidato, mas as pessoas “que vão sair dos porões” junto com o Bolsonaro, que já declarou admirar torturadores.

“Regimes autoritários criam fantasmas para vender uma vacina que não existe, temo muito o que pode acontecer se ele vencer. Lamento, inclusive, por vocês (jornalistas), que vão perder a liberdade de expressão”, avaliou.

Haddad informou durante a entrevista que ele e sua família estão sendo ameaçados por apoiadores do candidato do PSL, e disse condenar as táticas usadas para enganar o eleitorado. Citou o caso da Bíblia que ganhou durante comício em Fortaleza (CE) e que posteriormente foi supostamente encontrada por um aliado de Bolsonaro no lixo. “Felizmente o ministro que me deu fez questão de vir até o Rio e me dar outra, mas isso (de jogar no lixo) nunca existiu”, esclareceu Haddad.

O candidato também reclamou da divulgação pelo adversário de que seria ateu. “O Bolsonaro disse na TV que eu sou ateu, e ninguém faz nada sobre isso, e quem olha isso não vota no Haddad. E por acaso não sou, sou cristão, sou batizado, escolhi casar na igreja, batizei meus filhos na igreja”, afirmou.

Facada
Fernando Haddad disse também que a facada sofrida por Bolsonaro em 6 de setembro acabou por beneficiar a campanha do capitão reformado e aumentou suas chances de se eleger. “Ninguém quer ser esfaqueado para ganhar uma eleição. O fato é que ele subiu 10 pontos em uma semana no nosso tracking, isso é fato. Estava entre 18 e 19%, o (presidenciável do PSDB Geraldo) Alckmin estava subindo, indo para o segundo turno com o PT, e ele (Bolsonaro) foi para 28 em 10 dias, subiu um ponto por dia”, lembrou.

Ao responder sobre a dificuldade de conseguir apoios no segundo turno, Haddad afirmou que o PT nunca teve expectativas de trazer o PSDB como aliado para o segundo turno. Ele lamentou o fato de o pedetista Ciro Gomes não estar a seu lado na campanha. “Fiz minha parte para defender o que considero um projeto democrático de país, sabendo que, em caso de vitória, preciso ampliar o governo para ser mais representativo da sociedade”, disse.

“Eu trabalhei com pessoas do PSDB tanto no Ministério da Educação quanto na prefeitura (de São Paulo). Talvez eu seja o petista mais bem relacionado hoje com o PSDB. Eu não sei qual vai ser o futuro do PSDB na eventualidade de o Bolsonaro ganhar. Eles têm raiz social democrata, o que, na minha opinião, deveria ser valorizada. Acho lamentável que o PSDB tenha aderido à negação do que representa”, continuou.

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