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Eymael pede que Haddad supere limites do PT em pacto pela democracia

Para ele, declarações de Eduardo Bolsonaro sobre fechar o STF afastam chance de neutralidade no 2º turno. Apelo é por união suprapartidária

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
José Maria Eymael (DC)
1 de 1 José Maria Eymael (DC) - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Candidato à Presidência derrotado pelo Democracia Cristã (DC), José Maria Eymael fez um apelo público ao postulante do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (22/10).

Ele foi às redes sociais para pedir que o ex-prefeito de São Paulo “ultrapasse as fronteiras do PT” para firmar, com outras lideranças político-partidárias, um pacto nacional pela democracia no país. As declarações de Eymael foram em reação à fala de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) “basta um cabo e um soldado”.

Neste domingo (21), um vídeo, gravado antes há quatro meses, mostrou o filho do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) respondendo a um questionamento sobre a possibilidade de o STF impedir a posse do pai, caso fosse eleito em primeiro turno.

“Será que eles vão ter essa força mesmo [de impugnar a candidatura de Jair Bolsonaro]? O pessoal até brinca: ‘Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo'”, diz, em tom de ameaça ao Judiciário.

Para Eymael, as declarações de Eduardo Bolsonaro afastam “qualquer possibilidade de neutralidade” no segundo turno da disputa presindencial.

No primeiro turno, Eymael ficou em 12º lugar entre os 13 postulantes da corrida presidencial deste ano. O candidato do DC recebeu 41.710 votos (0,04% dos válidos). Eymael ficou à frente apenas de João Vicente Goulart (PPL).

Confira, abaixo, o posicionamento de José Maria Eymael:

Repercussões
Jair Bolsonaro minimizou o vídeo: “Isso não existe, falar em fechar o STF. Se alguém falou em fechar o STF, precisa consultar um psiquiatra. (…) Desconheço esse vídeo. Duvido. Alguém tirou de contexto”, acrescentou.

Haddad repudiou as declarações e classificou a família do adversário como “um grupo de milicianos”. “Esse pessoal é uma milícia. [Bolsonaro] Não é um candidato a presidente. É um chefe de milícia. Os filhos deles são milicianos, são capangas. É gente de quinta categoria”, atacou o petista.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também se opôs ao posicionamento do herdeiro de Jair Bolsonaro. “As declarações merecem repúdio dos democratas. Prega a ação direta, ameaça o STF”, escreveu FHC em seu Twitter. “Não apoio chicanas contra os vencedores, mas essas [declarações] cruzaram a linha, cheiram a fascismo”, completou o ex-presidente. “Têm meu repúdio, como quaisquer outras, de qualquer partido, contra leis, a Constituição”, concluiu.

Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia divulgou nota na qual chamou atenção para a necessidade de serem rejeitadas as propostas que visem a “minar o funcionamento das instituições da República”. Acrescentou ainda que é uma obrigação do Estado proteger o STF.

Ministros do STF reagiram ao conteúdo de um vídeo. O decano da Corte, ministro Celso de Mello, disse que a afirmação de Eduardo Bolsonaro é “inconsequente e golpista”. Na avaliação de Celso de Mello, o fato de o deputado reeleito ter obtido uma votação expressiva nas eleições (quase 2 milhões de votos) não legitima “investidas contra a ordem político-jurídica”.

Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que a declaração é “muito ruim”. Para o magistrado, são “tempos estranhos” e o conteúdo da declaração denota que “não se tem respeito pelas instituições pátrias”. “Vamos ver onde é que vamos parar”, complementou o ministro.

O que diz Eduardo Bolsonaro
Após a repercussão negativa, o deputado federal recuou. Afirma que nunca defendeu tal posição. “Se fui infeliz e atingi alguém, tranquilamente peço desculpas e digo que não era a minha intenção”, postou em seu perfil nas redes sociais.

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