Programa Criança Feliz faz um ano longe de atingir metas anunciadas

Na ocasião do primeiro aniversário do projeto, apadrinhado por Marcela Temer, a Lupa conferiu como estão os objetivos divulgados

Agência Lupa
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Um ano depois de criado, o Programa Criança Feliz, mantido pelo governo federal para monitorar os primeiros anos de vida dos brasileiros com até 6 anos de idade, ainda não alcançou as metas anunciadas em seu lançamento. Esse é o primeiro programa social desenvolvido e aprovado pelo governo Michel Temer e conta com o apadrinhamento da primeira-dama, Marcela Temer. Para marcar o primeiro aniversário, a Lupa colocou à prova algumas frases ditas no início do projeto. Veja o resultado:

Público atendido


“O programa vai beneficiar 4 milhões de crianças entre 0 e 3 anos.”
Vídeo institucional no lançamento do Programa Criança Feliz, em 5/10/2016
DE OLHO

A promessa feita há um ano foi reafirmada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, em nota publicada em seu site na quarta-feira (4). No texto, a pasta reitera que a meta estabelecida em 2016 deverá ser atingida até 2018. Mas, de acordo com o próprio ministério, apenas 1% desse total foi alcançado até o momento.

Relatório feito pela pasta em 2016 mostra que há um atraso sucessivo no cumprimento das metas. O ministério esperava atender a 140 mil crianças até o fim de 2016 e a 300 mil até o de 2017. No entanto, na segunda semana de outubro, 65.747 crianças e gestantes eram acompanhadas por visitadores do Criança Feliz.

Procurado, o ministério reafirmou, por nota, que o número será alcançado mesmo em 2018 e que, todos os dias, novas visitas são feitas para tentar cumprir as metas.

Comitês gestores

“Em cada nível federativo, deverão ser organizados comitês gestores.”
Osmar Terra, Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, no discurso de lançamento do programa, em 5/10/2016
AINDA É CEDO

Segundo o relatório divulgado em agosto pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, apenas duas unidades da Federação ainda não possuem os chamados comitês gestores. São elas: Santa Catarina e Minas Gerais.

No final de 2016, como prometido, o governo federal implantou um comitê que reunia representantes dos seguintes ministérios: Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, Cultura e Justiça e Cidadania. Esses grupos reúnem material de treinamento e monitoram a implantação do programa nos estados.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário afirmou, em nota, que Santa Catarina e Minas Gerais aderiram ao programa, mas “não conseguiram a aprovação no Conselho Estadual de Assistência Social, o que inviabiliza ainda a participação”. Para fazer frente a isso, a pasta acrescentou que dá treinamento e capacitação em 261 municípios de Minas Gerais e 14 de Santa Catarina.

Visitas em casa

“Monitores vão visitar as famílias todas as semanas.”
Vídeo institucional no lançamento do Criança Feliz, em 5/10/2016
VERDADEIRO, MAS

O Criança Feliz foi lançado em 5 de outubro de 2016 e, até a segunda semana de outubro, 65.747 crianças e eram acompanhadas por “visitadores” do programa.

Mas relatório feito em agosto pelo próprio Ministério do Desenvolvimento Social mostra a lentidão com que a iniciativa se desenvolve. Só em 21 de junho deste ano foi finalizado o documento que prepara os profissionais para atender às famílias, o chamado Guia de Visita Domiciliar. Assim sendo, a primeira visita do Criança Feliz ocorreu em 14 de julho deste ano, em Sergipe.

Procurado, o ministério afirmou, em nota, que a capacitação dos profissionais do programa dura 40 horas. Por essa razão, “o processo inicial é trabalhoso”. Segundo a pasta, seis unidades da Federação ainda não têm visitas. São elas: Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rondônia, Amapá e Distrito Federal.

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