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Marcos Pontes está determinado a evitar fusão de CNPq e Capes

“Há outras soluções para economizar”, disse o titular da Pasta de Ciência e Tecnologia. Em disputa, um orçamento de R$ 4,5 bilhões

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcos Pontes - Metrópoles
1 de 1 Marcos Pontes - Metrópoles - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Enviado especial a Riade (Arábia Saudita) – O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, acredita que uma ideia que vem ganhando força dentro do governo, de fundir dois órgãos de fomento à pesquisa e educação, é prejudicial ao Brasil e precisa ser evitada. “Tem outras soluções mais eficientes e, assim que eu voltar, vou me reunir com o ministro Abraham Weintraub [da Educação] para mostrar isso”, disse ele sobre a ideia de unir em um único órgão o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O CNPq está sob responsabilidade do ministério do ex-astronauta, enquanto a Capes é administrada pela pasta de Weintraub – de quem partiu a ideia da fusão com o objetivo de economizar.

“Não precisa disso, é só uma questão de melhorar a gestão das duas instituições”, argumenta Pontes, que integra a comitiva brasileira que visita a Arábia Saudita. “O CNPq, por exemplo, está em um prédio alugado que vamos devolver, porque já estamos reformando um imóvel nosso”, explica.

Além de argumentos sobre a diferença de vocação de cada uma das entidades, está em disputa a administração de orçamentos bilionários. A Capes teve R$ 3,3 bilhões para utilizar em 2019. Já o CNPq tem à disposição cerca de R$ 1,2 bilhão (dos quais R$ 900 milhões somente para bolsas). Juntos, portanto, os órgãos vão movimentar R$ 4,5 bilhões em 2019.

“A funcionalidade da Capes é ligada à educação, formação de mestres, doutores, de professores”, argumenta Pontes. “Já o CNPq é focado em pesquisa, desenvolvimento tecnológico. Se botar na ponta do lápis o que é feito pelo órgão, percebe-se que não há economia que compense uma fusão”, afirma ainda.

Apesar do otimismo de Pontes, o Metrópoles apurou na última semana que os argumentos de Weintraub estavam ganhando força nessa queda de braço. Novidades podem ser esperadas ainda para esta semana, visto que Pontes volta ao Brasil nesta quarta-feira (30/10/2019), junto ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), que concluiu um giro pela Ásia e pela Península Arábica.

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