metropoles.com

Rombo nas contas já chega a R$ 169 bilhões

Em meio a este cenário, o mercado já aposta no descumprimento da meta fiscal de 2016, apesar de ter sido previsto um rombo muito maior do que o que vinha sendo projetado pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff

atualizado

Compartilhar notícia

eliseu padilha
1 de 1 eliseu padilha - Foto: null

Faltando menos de cinco meses para o fim do ano, as contas do governo já estão no limite. Na quarta-feira (11/8), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que a programação orçamentária do governo para este ano já atingiu um saldo negativo de R$ 169 bilhões, dos R$ 170,5 bilhões previstos na meta fiscal deficitária de 2016.

“Os limites orçamentários do governo federal estão próximos de estourar e ainda temos cinco meses pela frente até o fim do ano”, disse Padilha, ao responder a uma pergunta sobre a disposição do governo em socorrer os Estados do Nordeste. Ele participava de evento ao lado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Em meio a este cenário, o mercado já aposta no descumprimento da meta fiscal de 2016, apesar de ter sido previsto um rombo muito maior do que o que vinha sendo projetado pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff. Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o déficit do governo será maior do que o planejado. Ele ressalta que a equipe econômica acabou concedendo aumentos que o mercado “não imaginava”, como o reajuste dos servidores. “Se olharmos o mercado e os ativos, parece que está tudo bem, mas é pela liquidez lá fora. Tem aquele ditado: ‘a paciência tem limite'”, disse.

O economista avaliou ainda que, mesmo que o governo resolva aumentar impostos após o impeachment para recuperar parte das receitas, o efeito em 2016 será muito pequeno.

Sem reserva
A meta fiscal que prevê um déficit de até R$ 170,5 bilhões este ano tinha uma “reserva” de R$ 18,1 bilhões para absorver possíveis frustrações nos planos, como receitas não concretizadas. Mas esse fôlego foi embora no mês passado, quando o governo resolveu usá-la para evitar contingenciamento de recursos do orçamento – ou seja, cortes de gastos. Na ocasião, o governo precisou usar R$ 16,5 bilhões dessa reserva, sendo que R$ 10,774 bilhões foram decorrentes de expectativas de receita não concretizadas.

O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, já havia indicado receio em torno de um eventual estouro da meta. Em julho, ele disse que o governo começava a se preocupar com receitas que estavam caindo mais que o esperado, o que, consequentemente, atrapalha o cumprimento da meta fiscal.

“A meta é realista e não embute folgas. Hoje há, por exemplo, muitas dúvidas sobre a efetividade da estimativa de receitas de R$ 20 bilhões com a repatriação de recursos do exterior. Só saberemos efetivamente em novembro o valor”, disse, na ocasião.

A programação orçamentária à qual se referiu o ministro da Casa Civil é referente ao ano completo de 2016, ou seja, hoje o governo tem apenas R$1,5 bilhão para suprir riscos fiscais.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?