metropoles.com

Preço do seu aluguel aumentou? Especialista dá dicas para renegociar

Em plena pandemia, com inflação em alta e renda em queda, é possível tentar negociar com o dono do imóvel prazos e descontos

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Aluguel
1 de 1 Aluguel - Foto: Reprodução

Com a pandemia do novo coronavírus, vieram alta no desemprego e crescimento nos preços de produtos do cotidiano, como combustíveis e alimentos. Com o aluguel não foi diferente: nos primeiros 10 dias de março, o acumulado de 12 meses do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) chegou a 29,83%.

O cenário complicado, contudo, permite que os inquilinos tenham chances de negociar com o dono do imóvel ao menos prazos e descontos para honrar o compromisso. Desde que tenha “bom senso entre as duas partes”, é o que diz Gyselle Rodrigues Campos, gerente comercial da URBS Imobiliária, em Goiânia.

Ao Metrópoles, Gysellea ressaltou como tem conduzido as negociações para chegar a um acordo equilibrado e passou algumas dicas para quem está nessa situação.

Índices de inflação são ajustados a cada ano, no aniversário do contrato, mas, dependendo do reajuste, com a pandemia se torna difícil para o inquilino continuar pagando o aluguel. Com o mercado sofrendo com as consequências econômicas do avanço da Covid-19, muitas vezes torna-se menos atraente para os locadores verem o imóvel vagar. Com isso, os locatários podem obter descontos com o dono do imóvel no tamanho do aumento.

Opções

Uma das alternativas é avaliar o valor de mercado como referência: “O imóvel pode estar com preço defasado, e, com a alta do IGPM, ele atinge o valor do mercado. Nesse caso, o reajuste acaba sendo importante para atualizar o valor. Mas, se ficar acima do valor de mercado, é viável buscar abatimento”, explica Gyselle.

Outro ponto é recorrer ao histórico de pagamento do inquilino. Para a especialista esse fator conta muitos pontos, afinal “é preciso verificar se o locatário paga em dia ou se atrasa muito. Todo locador quer ter bons pagadores, e, quem é assim, tem mais chances de pleitear um desconto”.

E aqui uma dica para ambos: afinal, vale a pena arcar com os custos de uma possível desocupação? “O locatário terá de arcar com os reparos e pintura para entregar o imóvel, além do custo e da logística de mudança e toda burocracia de documentação para fechamento de um contrato. Já o locador tem que analisar o risco de ficar com o bem desocupado por tempo indefinido, arcar com custos do imóvel, como IPTU, condomínio, água, luz, manutenção, limpeza, segurança e avaliar que, quando for alugar novamente, de toda forma será pelo valor atual de mercado”, avalia a especialista.

Por fim, a pessoa também pode pensar em uma nova análise de cadastro e garantia. Será que vale a pena recomeçar todo o processo de locação? “Caso o locatário faça a mudança do imóvel, precisará de uma nova garantia locatícia. Pode ser um fiador, o que neste momento de pandemia talvez seja mais difícil de conseguir, e para as outras garantias oferecidas pelo mercado imobiliário é preciso atualizar o cadastro da pessoa, o qual passará por uma nova análise de toda forma”, observa Gyselle.

A especialista também pondera que é importante ter essa conversa da forma mais humana possível, afinal esse momento não é fácil para ninguém. Essa é a hora de expor a situação, como uma eventual redução da renda familiar. “Quanto mais a pessoa for verdadeira, maior é o êxito na negociação”, afirma.

0
O proprietário

O advogado David Franco, proprietário de alguns imóveis no Distrito Federal, afirma que, mesmo com as regras de reajustes de aluguel, nada impede que haja um acordo entre as partes.

Ele ressalta que a iniciativa para manter o imóvel alugado pode surgir do próprio dono do imóvel: “No exemplo de um aluguel de R$ 2.000,00, cujo mês de reajuste seja fevereiro de 2021, o índice oficial a ser aplicado é de 28,94%. Mas o locador pode sim procurar o locatário e, diante deste cenário, propor um reajuste menor, de 10%, por exemplo”.

David Franco ainda diz que neste momento o dono tem que ser esperto, já que há um “excesso de imóveis disponíveis e pouca demanda”. Ele adianta que, em duas locações comerciais que tem, optou por reduzir por 12 meses o aluguel em 50%, “para não ficar com o imóvel vazio e gerar mais despesas”.

O advogado também comentou sobre o caso de um imóvel que tem em Vicente Pires, no qual o inquilino queria se desligar por conta de uma rua intransitável. Neste caso, Franco propôs uma redução em 30% do valor.

A partir dessas decisões, Franco frisa que “o bom senso deve prevalecer. Sempre de comum acordo e tudo formalizado, por aditivos contratuais”. E ainda alerta: “O mercado imobiliário, em termos de valor locação, acaba sendo regulado pela demanda de oferta e procura”.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?