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Pessimismo do mercado externo influencia queda do Ibovespa

O índice da Bolsa brasileira fechou o pregão em baixa de 1,49%, aos 81.532,52 pontos; dólar avança 0,15% e chega a R$ 3,2795

atualizado

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Marcos Santos/USP Imagens
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1 de 1 Infla—-o-PIB—ndices-840×577 - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Repercutindo mais uma vez o mau humor dos mercados externos, a Bolsa brasileira fechou em baixa de 1,49% nesta quinta-feira (8/2) aos 81.532,52 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,3 bilhões.

Já o dólar foi cotado a R$ 3,2795, com ganho de 0,15%. Os negócios somaram US$ 982,8 milhões, segundo dados da B3.

Lá fora, o ambiente hostil se dá por um movimento de realização após longo ciclo de alta e, agora, em meio às perspectivas de encarecimento do dinheiro americano. “Apesar dos resultados corporativos bastante positivos, que mostra que os fundamentos não mudaram, há uma forte realização que vem na esteira de altas consecutivas por vários meses”, diz Fábio Macedo, da corretora Easyinvest.

No meio da tarde, o Ibovespa operava em queda moderada, mas passou a registrar sucessivas mínimas espelhando Wall Street, que recuava após declarações do presidente da distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), William Dudley, dizendo que a precificação do mercado sobre o aperto monetário estava correta.

Nesse contexto, o efeito por aqui é de influxo dos investimentos de não-residentes. De acordo com a B3, saíram R$ 1,342 bilhão no pregão de terça-feira, 5. Naquele dia, o Ibovespa fechou em alta de 2,48%, aos 83.894,03 pontos. O volume financeiro foi de R$ 17 bilhões. Foi a terceira sessão com saída líquida de recursos estrangeiros no ano. Com isso, em fevereiro, o fluxo estrangeiro ficou negativo em R$ 1,927 bilhão. No entanto, ainda não foi forte o suficiente para reverter as entradas registradas em janeiro. Em 2018, o saldo está positivo em R$ 7,622 bilhões.

“Aquele volume que alavancou as altas de janeiro já não está mais sustentando o Ibovespa pois, além de não comprar, o pessoal está vendendo”, ressalta Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora. “O mercado não tem força para caminhar com as próprias pernas, apesar dos indicadores da economia estarem bons”, complementa.

Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos, lembra que o sinal que vem de fora, com a maior margem para que o Federal Reserve (Fed) aumente mais o juro por lá, não dá muita alternativa ao investidor a não ser fazer um rebalanceamento em sua carteira, saindo de países emergentes para alternativas mais conservadora. “Os estrangeiros estão recolhendo um pouco suas posições por aqui.”

Monteiro lembra que esse novo cenário para a política monetária dos Estados Unidos está repercutindo nas bolsas globais. “O mercado de renda variável está ficando com as barbas de molho em função disso. Se tiver aumento pode haver fuga de emergentes para títulos do Tesouro”, afirma.

Por aqui, analistas ainda veem perspectivas positivas para o Ibovespa no médio prazo. Mas, antes disso, o índice à vista pode chegar ao piso entre 79 mil e 80 mil, estimam.

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